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Policial que matou jovem negro em Ferguson atirou dez vezes

Grande júri do condado de Saint Louis deve decidir se processará o policial Darren Wilson

Agência France-Presse
postado em 26/08/2014 15:17
O caixão de Michael Brown é visto em igreja, em St. Louis, Missouri. CNN divulgou áudio no qual é possível ouvir seis tiros, seguidos de uma pausa e depois de outros quatro ou cinco tiros feitos pelo policial
Washington -
Uma gravação não autentificada divulgada nesta terça-feira (26/7) pela rede CNN sobre a morte do jovem negro americano Michael Brown, assassinado por um policial branco no dia 9 de agosto em Ferguson, Missouri (centro), sugere que o agente realizou dez disparos.

Esta breve e, ao que parece, involuntária gravação feita por um habitante de Ferguson quando conversava por Skype com outra pessoa, não foi autentificada pelo FBI que, interrogado pela AFP, negou-se a comentar uma investigação em andamento.

A CNN divulgou o áudio, no qual é possível ouvir o que parecem ser seis tiros, seguidos de uma pausa e depois de outros quatro ou cinco tiros.

[SAIBAMAIS]Lupa Blumenthal, a advogada do autor da gravação, que permaneceu no anonimato, declarou à CNN que o áudio foi entregue ao FBI e que havia sido gravado não muito longe do local onde Michael Brown caiu depois de receber ao menos seis tiros, segundo necropsias concordantes.



"Estou muito preocupada por esta pausa (...), já que não se trata apenas do número de disparos; mas também de como ocorreram", declarou à rede de televisão. "E isso tem um grande interesse para o modo como esse caso finalmente será concluído", acrescentou.

As versões sobre a morte de Michael Brown divergem. Segundo alguns, o jovem de 18 anos tentou tomar a arma do policial que o matou. De acordo com outras testemunhas, entre elas o amigo que o acompanhava, Brown estava com as mãos para o alto.

Segundo as necropsias, solicitadas pela família e pelo departamento de Justiça americano, o jovem foi baleado ao menos seis vezes.

De acordo com Natalye Jackson, uma advogada de direitos civis alheia ao caso e interrogada pela AFP, "o número de tiros não tem tanta importância quanto a pausa" entre uns e outros, já que ela poderia sugerir, como apontam algumas testemunhas, que o jovem negro se virou neste momento em direção à polícia com as mãos para o alto. A pausa também poderia corresponder ao momento em que a polícia teria ordenado que se rendesse.

Um grande júri do condado de Saint Louis deve decidir se processará o policial de 28 anos, Darren Wilson, até o momento afastado de suas funções.

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