Agência France-Presse
postado em 28/07/2014 12:50
Haia - Não há garantias de encontrar todos os corpos das vítimas do desastre aéreo no leste da Ucrânia, assim como todos os seus pertences, advertiu nesta segunda-feira o chefe da Polícia holandesa. "Eu gostaria de poder dar garantias de que todo os corpos e todos os objetos de uso pessoal vão retornar, mas acredito que as chances não são muito grandes", afirmou Gerard Bouman, chefe da Polícia holandesa, durante um ;briefing; ao Parlamento holandês.
[SAIBAMAIS]Bouman declarou que esta possibilidade havia sido discutida com os familiares das vítimas. Ele também disse não saber quantos corpos foram encontrados até o momento.
"O que encontramos nos sacos enviados da Ucrânia (...) é indescritível, é realmente horrível", explicou. "Há fragmentos (humanos), grandes e pequenos. Alguns fragmentos estão queimados", descreveu.
Um Boeing da Malaysia Airlines foi abatido por um míssil em 17 de julho no leste da Ucrânia, com 298 pessoas a bordo, incluindo 28 australianos e 193 holandeses. O processo de identificação das vítimas deve acontecer na Holanda e durar vários meses.
Ao todo, 228 caixões foram transportados de avião para a Holanda, mas, segundo Bouman, um caixão não corresponde necessariamente a uma vítima.
Dez dias após a tragédia, partes de corpos, destroços e pertences pessoais das vítimas ainda estão no local onde o avião caiu, em torno do qual combates entre as forças ucranianas e separatistas são cada vez mais intensos.
Os rebeldes indicaram no domingo que tinham enviado às autoridades holandesas um trem no leste da Ucrânia contendo pertences pessoais das vítimas, mas o Ministério da Justiça negou a informação.
Policiais desarmados holandeses e australianos tentaram visitar o local da tragédia nesta segunda-feira, mas foram obrigados a retornar por razões de segurança.