Agência France-Presse
postado em 11/03/2013 13:33
Havana - A guerrilha comunista das Farc prestou nesta segunda-feira (11/3) uma "homenagem póstuma" ao falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, o "presidente da paz", ao retomar o diálogo com o governo da Colômbia em Havana com o objetivo de colocar fim ao conflito neste país."Permita-os a partir deste cenário de solução política em Havana render nossa mais sentida homenagem póstuma ao comandante Hugo Chávez Frías, presidente da paz, da irmandade latino-caribenha", disse o comandante guerrilheiro Jesús Santrich perante a imprensa, pouco antes de retomar as negociações após um recesso de nove dias.
Chávez faleceu na Venezuela no dia 5 de março como consequência de um câncer do qual foi operado quatro vezes em Cuba. Nesta data, havia um recesso no diálogo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo de Juan Manuel Santos, do qual a Venezuela e o Chila são acompanhantes.
[SAIBAMAIS]"É natural que a partida de um grande estremeça as fibras de um povo (...) que vislumbrava a esperança de redenção, justiça e liberdade em sua deslumbrante gestão de Estadista bolivariano", disse Santrich em companhia do resto de negociadores das Farc, liderados por Iván Márquez, número dois da guerrilha.
Acrescentou que "Chávez, com seu exemplo amoroso de obstinado defensor dos pobres e excluídos, despertou nos humildes e nos homens e mulheres pensantes de todo um continente, com suas ilhas, o anseio irrefreável de luta por sua independência e dignidade". "A Delegação da Paz, como o conjunto das Farc e a família colombiana, também estão de luto, que se converte em força moral para seguir adiante", disse.
Santrich também apresentou "oito propostas mínimas para o reconhecimento do direito à terra e ao território das comunidades indígenas, afrodescendentes" e outros grupos. O tema da terra é o primeiro da agenda de cinco pontos que ambas as partes discutem desde 19 de novembro. A delegação oficial, liderada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, se absteve de fazer comentários ao entrar no Palácio de Convenções de Havana, sede das negociações.