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Blogueira cubana Yoani Sánchez embarca para o Brasil neste domingo

Ela começará aqui um giro que poderá incluir até 12 países

Agência France-Presse
postado em 17/02/2013 14:12

Havana - A blogueira opositora cubana Yoani Sánchez, que foi impedida diversas vezes de sair da ilha pelo governo, viajou neste domingo ao Brasil para iniciar um giro de três meses por 12 países da América Latina e da Europa, constatou um jornalista da AFP.

"Meu percurso começa no Brasil e pode incluir até 12 países. Com este giro, começa uma nova etapa da minha vida e jornalisticamente também será uma experiência magnífica", declarou à AFP Sánchez, que ganhou vários prêmios internacionais, antes de viajar ao Brasil via Panamá.

Sánchez, uma filósofa de 37 anos e autora do blog Generación, muito elogiado e crítico do governo comunista cubano, explicou à AFP que planeja visitar em três meses, além do Brasil, México, Estados Unidos, República Tcheca, Itália, Espanha e Holanda, entre outros países.

A blogueira, que recebeu seu passaporte no dia 31 de janeiro e que não pôde visitar o Brasil em 2012 porque o governo cubano lhe negou a autorização de saída, apesar de ter obtido um visto, destacou que durante sua viagem tentará aprender "tudo o que puder" para melhorar seu blog.




A cubana pôde viajar agora graças à reforma migratória, que entrou em vigor no dia 14 de janeiro, e que eliminou o visto de saída e a carta convite, que tornaram difícil e caro para os cubanos viajar ao exterior durante meio século.

"Foram cinco anos de batalha para que este absurdo terminasse", acrescentou Sánchez, que contou com a presença, no aeroporto internacional de Havana, de sua mãe, seu filho e seu marido, o jornalista opositor Reinaldo Escobar.

O blog recebeu em 2008 o Prêmio Ortega y Gasset do jornal espanhol El País na seção de jornalismo digital. No mesmo ano, a revista Time a selecionou como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo e a rede de televisão americana CNN situou seu blog entre os 25 melhores do planeta.

Havana acusa os blogueiros dissidentes - assim como os opositores - de serem mercenários a serviço de Washington e de protagonizarem uma "guerra cibernética" contra a ilha, impulsionada e financiada pelos Estados Unidos.

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