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Igualdade se aprende no palco

Oficina pioneira em escola pública da Estrutural encerra o primeiro semestre com a adesão de 130 alunos no curso de teatro, no qual exercitaram noções de cidadania por meio da obra do dramaturgo Augusto Boal

postado em 28/08/2012 08:00

Oficina pioneira em escola pública da Estrutural encerra o primeiro semestre com a adesão de 130 alunos no curso de teatro, no qual exercitaram noções de cidadania por meio da obra do dramaturgo Augusto BoalDe rostos pintados e roupas personalizadas, estudantes do 6; ano do Centro de Ensino Fundamental n;1 (CEF )da Estrutural encerraram, na sexta-feira, a primeira oficina de teatro para crianças da cidade. O projeto Teatro Estrutural é pioneiro na região e funciona desde fevereiro na agenda de oficinas das seis turmas de educação integral da instituição ; cerca de 130 alunos no total.

Elaborado pelo diretor teatral Getúlio Cruz e pela arte-educadora Antônia Silvana, o programa foi encaminhado para a Secretaria de Estado de Cultura do Governo do Distrito Federal (GDF) e selecionado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Terminou bem acolhido pela diretora do CEF 1 da Estrutural, Maria Cirene de Sousa: ;Nós tínhamos alunos extremamente tímidos, com dificuldade de comunicação e relacionamento, que tiveram a oportunidade de mudar com o teatro;, relata a diretora, reeleita no último pleito para diretores da rede pública do DF, realizado em 22 de agosto.

Ela afirma que as crianças aprenderam a conviver com as diferenças e desenvolveram habilidades corporais e intelectuais, além de melhorarem o desempenho escolar. ;A partir do momento que se ensaia uma peça, obrigatoriamente se conversa sobre personagens, literatura, e isso vem ao encontro do que a gente procura na escola;, acrescenta ela. ;No início do ano, nosso objetivo era trabalhar a leitura e a escrita dos alunos, que muitas vezes chegam ao 6; ano com problemas nessa área. Agora, esses estudantes que participam da oficina acabam por criar um interesse maior pela nossa biblioteca;, acrescenta.

O conteúdo é inspirado na obra do diretor de teatro e teórico Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, que tem como objetivo promover a interação com o espectador e a transformação do cidadão. São trabalhados temas como preconceito, bullying, diferença de classes, respeito, amizade e amor ao próximo.

Todas as terças-feiras, em turnos opostos ao das aulas curriculares ; das 7h30 às 13h e das 13h às 17h ;, dois professores aplicam exercícios, propõem jogos e atividades lúdicas no centro de ensino. A aulas são ministradas por Luiz Antônio Felipe, 19 anos, estudante da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, e Lucas Isacksson Cardoso, 18 anos, calouro de artes cênicas da Universidade de Brasília (UnB). ;O teatro é uma ótima saída para desenvolver cidadãos formadores de opinião, para tirar o país de uma miséria cultural;, acredita Lucas, que recomenda a disciplina nas escolas como remédio contra a falência cultural dos estudantes.

Durante a apresentação das turmas que encerravam a oficina, Luíza Orleide assistia com orgulho à performance do grupo da filha Thaísa Gonçalves. ;Ela era uma criança muito tímida e, agora, despertou. Fez novos amigos, saiu da frente da televisão, mudou para melhor;, comemora.

Respeito


Jenny Kety da Silva, 11 anos, apresentou-se primeiro e foi para a plateia assistir à encenação do outro grupo. De braços dados com a amiga Natasha Santos, 10, alegrava-se com o movimento. ;Participar de tudo foi muito legal e divertido. Eu entendi que, mesmo com a diferença, todos podem aprender e fazer coisas novas.; Natasha concorda e completa: ;Como nós somos novos, o fato de chegar aqui e já ter aprendido que todo mundo é igual e que a gente precisa respeitar as pessoas é muito interessante, porque eu fico a tarde toda na escola, tenho aula de vôlei, xadrez, matemática, e o teatro mostra que a gente pode brincar e, ao mesmo tempo, aprender;.

As próximas apresentações do Projeto Teatro Estrutural já estão marcadas para outubro, durante a Semana da Criança.


"No início do ano, nosso objetivo era trabalhar a leitura e a escrita dos alunos, que muitas vezes chegam ao 6; ano com problemas nessa área. Agora, esses estudantes que participam da oficina acabam por criar um interesse maior pela nossa biblioteca;
Maria Cirene de Sousa, diretora do CEF n; 1

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