postado em 17/12/2012 06:48
Queria escrever sobre Ellen Oléria, mas não vou conseguir. Estou tomado pela emoção, pelo êxtase, pelo gozo, pelo grito de gol. É como se eu estivesse diluído na multidão do carnaval. Meu EU não é nada. Eu não sou ninguém. E como é bom espatifar o nosso EU diante do OUTRO. Sou simplesmente um pedaço dessa massa que dança, voa, beija na boca da vida.Queria dizer o quanto Ellen Oléria é grandiosa como artista, mas acho que andarei em círculos. Estou tomado por palavras que se repetem, por sentimentos que vão e vêm e me deixam fora de mim, num quase transe sem fim. Sou simplesmente um ser que vibra, um fragmento de energia pulsante, um lampejo.
Queria ressaltar o quanto eu acredito em Ellen Oléria, mas tudo que há em mim agora é ficção. Corro como uma narrativa descontrolada para uma apoteose, um final impactante, que cala, chora e faz rir. Sou simplesmente um esboço de alguém que se diluiu, que escoou como um fluxo que inunda e irriga, fertilizando o solo dos sonhos.
Queria observar que Ellen Oléria é mistura de tudo. Mas não tenho mais argumentos, não sou raciocínio, não tenho lógica. Sou torcida que corre para o gramado, sou folião que voa do chão num frevo rasgado. Sou simplesmente um corpo para Oxum, que se verte em lágrimas e enche o mundo de possibilidades.