Hamilton Ferrari
postado em 10/01/2018 09:40
A inflação de 2017 ficou em 2,95%, um pouco maior do que o mercado esperava (2,79%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi possível depois que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,44% em dezembro, o que representa 0,16 ponto percentual acima do resultado de novembro. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta (10/1) pelo instituto.
A variação de dezembro foi a maior de 2017. Com os dados de todo o ano passado, o IPCA registrou queda de 3,34 pontos percentuais em relação à 2016, quando tinha marcado 6,29%. A inflação de 2017 foi a menor desde 1998.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor ficou ainda menor, em 2,07% no ano passado, após registrar 0,26% em dezembro. É a menor taxa acumulada desde a implantação do Plano Real. A variação do salário mínimo é baseada neste indicador.
A alta da inflação de 2017 foi influenciada principalmente pelo grupos de habitação, saúde e cuidados pessoais e transportes. Juntos, os três segmentos foram responsáveis pela expansão de 2,45 pontos percentuais no IPCA.
Apesar disso, alimentos e bebidas ficaram mais baratos em 2017, o seja, ocorreu uma deflação. Houve queda de 1,87%, registrando recuo de 0,48 ponto percentual no resultado final do ano passado.
Os preços mais baratos foram influenciados pela produção agrícola de 2017, que ficou cerca de 30% acima da safra de 2016. O dado também é o menor desde a implementação do Plano Real.
O grupo habitação (6,26%) apresentou a segunda maior variação, ficando atrás apenas da Educação (7,11%). As principais altas vieram do botijão de gás, que subiu 16%, a taxa de água e esgoto (10,52%) e energia elétrica (10,35%). Enquanto a inflação nacional foi de 2,95%, Brasília registrou a maior alta nos preços, com IPCA em 3,76%, o mesmo número que em Goiânia. O menor índice ficou em Belém, com 1,14%.
Dezembro
Em dezembro, o IPCA atingiu 0,44% influenciado pela aceleração dos grupos de alimentos, que saiu que uma queda de 0,38% em novembro para uma expansão de 0,54% em dezembro. O mês passado interrompeu uma série de sete meses consecutivos de variação negativa em alimentos.
Influenciada pelas festividades de fim de ano, a alimentação consumida em casa passou de um recuo de 0,72% em novembro para uma alta de 0,42% em dezembro. As principais altas foram de carnes (1,67%), frutas (1,33%), o frango inteiro (2,04%) e o pão frances (0,67%). Os preços dos feijão carioca e do leite longa vida caíram, após registrarem retração de 6,73% e 1,43%, respectivamente.
O grupo de transportes também impactou a alta, subindo 1,23%. Entre os principais vilões estão as passagens aéreas, que aumentaram 22,28% e pela gasolina, cujo preço do litro ficou, em média, 2,26% mais caro no país.
Com a inflação abaixo do piso da meta (3%), o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, terá que divulgar uma carta ao Ministério da Fazenda explicando as razões para o índice mais baixo. A meta é 4,5%, mas varia 1,5 ponto percentual para baixo e para cima.