Rosana Hessel
postado em 05/10/2017 06:00
As estatais reduziram os investimentos e, com isso, engordaram os cofres da União com mais dividendos. De acordo com o boletim trimestral das estatais divulgado ontem pelo Ministério do Planejamento, os investimentos das 150 companhias controladas direta ou indiretamente pelo governo somaram R$ 23,6 bilhões no primeiro semestre de 2017, valor 18,6% menor do que o registrado em 2016.
O montante representa 25,8% dos R$ 91,5 bilhões previstos nos orçamentos das estatais para este ano. No mesmo período do ano passado, as empresas do governo haviam investido R$ 29 bilhões, 38,1% dos R$ 76,2 bilhões autorizados.
A queda nos investimentos ajudou a melhorar os balanços neste ano, admitiu o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do Ministério do Planejamento, Fernando Antônio Ribeiro Soares. ;Mas não diria que a queda dos investimentos seria suficiente para explicar o aumento da lucratividade. As empresas estão focadas em reestruturar os quadros para depois retomar as atividades;, destacou.
No primeiro semestre, foi registrado resultado positivo de R$ 17 bilhões nos cinco grandes grupos de estatais ; Eletrobras, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ;, o que ajudou a ampliar a receita da União com dividendos em mais de 50% neste ano. Até junho, foram repassados ao governo R$ 5,1 bilhões, dado superior aos R$ 3,7 bilhões pagos em 2016.
O total de estatais passou de 151 para 150 entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano e, segundo Soares, até o fim do ano, é possível que esse número seja reduzido, pois mais seis distribuidoras de energia, pelo menos, devem ser privatizadas. Em 2016, havia 154 estatais.
No entanto, o secretário admitiu a possibilidade de criação de uma empresa para absorver as operações de navegação aérea da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Ele contou que a Sest está desenvolvendo modelagem para buscar parcerias com a iniciativa privada nas operações de aeroportos estratégicos da companhia, como Manaus, Curitiba e Santos Dumont (RJ), a fim de gerar valor para sustentar a estatal. ;Os estudos ainda estão na fase embrionária;, disse.