Economia

Comissão de Valores Mobiliários: oito processos são abertos contra JBS

Entre os processos, há os que investigam indícios de eventual prática de crime de insider trading, detectados em operações realizadas no mercado de dólar futuro

postado em 30/05/2017 06:00
Joesley Batista: empresas do grupo J estão sendo investigados pela comissão

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda responsável pela regulação e fiscalização do mercado de capitais, já contabiliza oito processos abertos contra o frigorífico JBS, desde que foram divulgadas as denúncias de Joesley Batista, um dos sócios da empresa, contra o presidente Michel Temer. O primeiro processo foi aberto em 18 de maio e o último, na sexta-feira, 26.

Em sua página na internet, a CVM informa que o último processo foi motivado por notícias, fatos relevantes e comunicados ; mesma justificativa dos demais. A única exceção foi o processo aberto no dia 19, que por conta de reclamação de investidor, não foram informados os detalhes das apurações.
Segundo a comissão, entre os processos instaurados há os que investigam indícios de eventual prática de crime de insider trading, detectados em operações realizadas no mercado de dólar futuro e em negócios com ações de emissão da JBS realizados no mercado à vista. A CVM apura também a atuação da companhia no mercado de dólar futuro.

Há informações de que o grupo J ; que controla a JBS ; operou no mercado financeiro para lucrar com os efeitos da delação premiada de seus controladores, que levou à forte queda na Bolsa de Valores e alta de 7,9% do dólar no dia 18, quando veio à tona.

Em 23 de maio, mais dois processos administrativos foram abertos para investigar a veracidade de informações divulgadas pela empresa e sua conduta ao fechar o acordo de colaboração premiada com a Justiça. Um deles busca analisar ;a veracidade da divulgação dos controladores diretos e indiretos; da Blessed Holdings, companhia com sede nos Estados Unidos que faz parte do grupo de controle da JBS S.A.

Em outros dois processos, movidos na sexta-feira, 26, é investigada a atuação do Banco Original, controlado pela J Participações, no mercado de derivativos; e analisadas negociações do acionista controlador da JBS, a FB Participações S.A., com ações de emissão da companhia.

O acordo de colaboração premiada da JBS foi assinado e homologado pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo acordo, sete executivos da JBS e da J se comprometeram a pagar multa de R$ 225 milhões e a colaborar com as investigações.

Crime


É a prática de negociar valores mobiliários baseada no conhecimento de informações relevantes que ainda não são de conhecimento público, com o objetivo de auferir lucro ou vantagem no mercado.

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