Em países que têm alta carga tributária, a população costuma contar, em contrapartida, com serviços públicos de boa qualidade. No Brasil só existe um lado da equação. Somos a nação da América Latina em que mais se cobram impostos das empresas e dos trabalhadores. Mas o atendimento deixa a desejar em hospitais, escolas, creches e delegacias. E a infraestrutura é extremamente precária. Em 2015, a arrecadação de tributos comeu 32,66% do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nove em cada dez brasileiros estão insatisfeitos com o retorno dos impostos pagos. Na avaliação de 70% dos entrevistados, a responsabilidade por isso é do governo.
O dinheiro arrecadado, um terço da riqueza produzida no ano, foi insuficiente até mesmo para manter as contas públicas no azul. Na tentativa de reequilibrar as finanças no futuro, o governo conseguiu que o Congresso Nacional aprovasse uma emenda constitucional que limita o crescimento das despesas.
O aumento de impostos chegou a ser cogitado, mas acabou sendo deixado de lado diante do desemprego crescente e do número de empresas fechando as portas. Com a elevação da carga, a retomada do crescimento econômico poderia ficar ainda mais distante. E a própria arrecadação do governo acabaria, assim, comprometida. Aliás, já está sofrendo bastante.
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