postado em 13/08/2012 13:36
Uma reclamação contra o governo de Dilma Rousseff foi protocolado, na quinta-feira (9/8), na Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo a CUT e entidades que representam os servidores públicos, o pedido é contra as práticas intituladas por eles de ;antissindicais;. Eles pedem que o documento, que foi entregue no escritório da OIT em Brasília, seja encaminhado à sede, situada em Genebra, na Suíça.Os servidores reclamam do tratamento dado pelo governo durante a greve. Anota-se no texto que, embora o STF tenha reconhecido o direito de greve do funcionalismo, o governo Dilma ;traz à tona medidas de Estados totalitários e ditatoriais, tentando por fim com mão de ferro a movimento legítimo ao invés de negociar soluções;;, diz o texto. O ponto central da reclamação é o decreto 7.777, editado pela presidente em 24 de julho como resposta à onda de greves no serviço público.
Começam negociações
Enquanto a OIT analisa a reclamação dos servidores, o governo reabriu hoje as negociações com os servidores para tentar chegar a um acordo sobre um possível reajuste nos salários do funcionalismo em 2013. As conversas foram suspensas por duas semanas, para que o Ministério do Planejamento pudesse encontrar espaço no Orçamento da União e, assim, garantir uma compensação à categoria. Parte dos funcionários públicos está em greve há mais de dois meses, sobretudo nas chamadas carreiras de Estado, que têm os maiores salários iniciais da Esplanada, acima de R$ 10 mil por mês.
As paralisações já prejudicam serviços essenciais à população, como a liberação de medicamentos em portos e aeroportos, o que levou a presidente Dilma Rousseff a partir para o ataque e a negar reajustes a todos. Ela alegou que a prioridade do governo são os trabalhadores na iniciativa privada, mais vulneráveis à crise internacional, por não terem estabilidade no emprego. Até agora, Dilma cedeu apenas a professores e a técnicos de universidades federais, para os quais foram reservados R$ 5,9 bilhões no projeto orçamentário que será encaminhado ao Congresso até 31 de agosto. As propostas de aumentos que chegam a 45% foram, porém, recusadas pela maioria dos docentes e dos técnicos.
As negociações entre o governo e os servidores vão se estender por toda a semana. Mas, cientes de que o Palácio do Planalto não atenderá a todos os pleitos, que custariam R$ 92,2 bilhões aos cofres públicos, metade da atual folha com pessoal, os grevistas prometem partir para o tudo ou nada. Representantes de 24 categorias de 30 órgãos paralisados no Executivo e funcionários do Judiciário farão, a partir de hoje, um acampamento na Esplanada dos Ministérios, que se estenderá até sexta-feira, quando esperam uma proposta efetiva do governo. A expectativa é de que, pelo menos, mil pessoas façam a vigília, dando visibilidade maior ao movimento.
Com informações de Bárbara Nascimento, Priscilla Oliveira e Vera Batista