Quando chegou a Brasília em 2011, William Oliveira ; batizado artisticamente como Dudu Oliveira ; trazia do Rio de Janeiro um aprendizado informal na área de música, recebida nos projetos Afrorreegae, no Complexo do Alemão, a Apanhei-te cavaquinho, em Cabo Frio. Aqui, de imediato fez contatos com músicos como Daniel Jr. e Eustáquio Pereira, que conheceu no Clube da Bossa.
Os conhecimentos e a experiência adquiridos ele quis repassar a pessoas que vivem em área de vulnerabilidade social, carente de informações e ações relacionadas à arte e ao entretenimento. ;Saí em busca de quem pudesse me dar uma ajuda para criar algo nesses segmentos na Vila Telebrasília. O que eu precisava, inicialmente, era de alguns cavaquinhos para serem usados numa oficina;, conta.
Dudu diz que procurou algumas administrações regionais, mas nada conseguiu. ;Alguém ; ele proferiu não revelar o nome ; demonstrou relativo interesse, mas deixou claro que queria ter algum ganho com a ideia. Descartei a proposta de cara. Logo depois, comprei 15 cavaquinhos e, com minha esposa Thais Tossi, implantei o Projeto Cultural Waldir Azevedo;, lembra.
[SAIBAMAIS]
Inicialmente, eram 15 alunos que recebiam aulas teóricas e práticas na Praça da Resistência da Vila Telebrasília. Hoje, o Waldir Azevedo conta com 82 participantes, aos quais são passados ensinamentos em oficinas de música, teatro, circo, capoeira e reforço escolar. ;O objetivo é que as crianças e adolescentes da comunidade fiquem no projeto no contra turno da escola, tomando parte, gratuitamente, de atividades diversas e recebendo lanche e almoço, dentro de um contexto social e educativo;, explica.
O projeto não conta com com nenhum tipo de ajuda financeira. Todos os professores são voluntários e não recebem nenhuma remuneração. ;Eles trabalham com a ideia de formar modelos comportamentais em que se aprende e ensina, estimulando a criação de novos orientadores e fazendo dos próprios alunos propagadores e futuros professores;, ressalta Dudu.
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