postado em 04/07/2015 14:20
As motivações para escrever sobre luto podem vir de experiência pessoal ou da observação das reações de amigos à perda de entes queridos. O escritor irlandês Colm Tóibin, que participa da Festa Literária de Paraty, lança no Brasil o romance Nora Webster, sobre o luto de uma mulher após a morte do marido. O historiador Boris Fausto também participa da Flip e fala sobre a experiência real de luto que o fez escrever o romance-diário O brilho do bronze.
Desde o lançamento de O ano do pensamento mágico, da autora americana Joan Didion, em 2005, ;literatura do luto; passou a designar um novo gênero literário de sucesso. Aliás, ele foi uma das maiores inspirações de Fausto para relatar o processo de luto após a morte da esposa, Cynira. Antes de Didion, porém, Roland Barthes escreveu Diário do luto, com anotações do semiólogo francês sobre a perda da mãe.
Joan Didion descobriu a fórmula de narrar sobre o luto, mesmo diante da condição do homem atual, cético e, muitas vezes, relutante em aceitar o fim da vida. Em O ano do pensamento mágico, a autora conta uma história pessoal em detalhes sobre um ano de perdas ; pensamento mágico é referência ao mecanismo de compensação descrito for Sigmund Freud, segundo o qual quem sobrevive à morte de uma pessoa querida tende a se iludir que é possível trazê-la de volta à vida. Joan perdeu o marido, o escritor John Gregory Dunne, com quem estava casada havia 41 anos. Além da morte de Dunne, a filha única, Quintana, de 39 anos, sofreu um traumatismo craniano e entrou em coma em seguida ao enterro do pai. Morreria em 25 de agosto de 2005, em consequência de uma pancreatite contraída durante o coma. O livro virou best-seller.
O assunto pode ser embaraçoso, mas a tradição de escrever sobre o luto remonta Aos primeiros poemas sumérios e livros que versam sobre o tema voltaram a compor as prateleiras das livrarias. Os autores encontraram na literatura uma maneira de encarar a morte e os próprios processos de perda. Esse tipo de abordagem acaba por oferecer uma forma de comunicação mais direta com o leitor.
Desde o lançamento de O ano do pensamento mágico, da autora americana Joan Didion, em 2005, ;literatura do luto; passou a designar um novo gênero literário de sucesso. Aliás, ele foi uma das maiores inspirações de Fausto para relatar o processo de luto após a morte da esposa, Cynira. Antes de Didion, porém, Roland Barthes escreveu Diário do luto, com anotações do semiólogo francês sobre a perda da mãe.
Joan Didion descobriu a fórmula de narrar sobre o luto, mesmo diante da condição do homem atual, cético e, muitas vezes, relutante em aceitar o fim da vida. Em O ano do pensamento mágico, a autora conta uma história pessoal em detalhes sobre um ano de perdas ; pensamento mágico é referência ao mecanismo de compensação descrito for Sigmund Freud, segundo o qual quem sobrevive à morte de uma pessoa querida tende a se iludir que é possível trazê-la de volta à vida. Joan perdeu o marido, o escritor John Gregory Dunne, com quem estava casada havia 41 anos. Além da morte de Dunne, a filha única, Quintana, de 39 anos, sofreu um traumatismo craniano e entrou em coma em seguida ao enterro do pai. Morreria em 25 de agosto de 2005, em consequência de uma pancreatite contraída durante o coma. O livro virou best-seller.
O assunto pode ser embaraçoso, mas a tradição de escrever sobre o luto remonta Aos primeiros poemas sumérios e livros que versam sobre o tema voltaram a compor as prateleiras das livrarias. Os autores encontraram na literatura uma maneira de encarar a morte e os próprios processos de perda. Esse tipo de abordagem acaba por oferecer uma forma de comunicação mais direta com o leitor.
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>> Três perguntas para Boris Fausto
Durante a leitura do livro, é possível perceber que o senhor demorou a conseguir falar de certas coisas, como as últimas semanas de vida da Cynira. Como foi lidar com isso?
Das últimas semanas levou tempo e mais do que das últimas semanas custei a falar do velório. Só escrevi quando o diário ia se publicado.
No fim do livro, o senhor cita Maiakóvski para dizer que discorda que a vida é mais difícil que a morte. Essa experiência com a morte de Cynira foi o que o fez pensar assim não?
Sempre achei pela vida afora, sem retórica, que a vida é difícil mas preciosa, e a morte, uma coisa ignóbil.
O que mudou na sua rotina e no seu modo de ver a vida ?
Um grande salto que a vivência do luto; procurei pessoas, ampliei amizades e consegui ,depois de cinco anos, situar a Cynira na minha memória.