Adriana Izel
postado em 24/06/2014 08:53
Há algum tempo sem lançar nenhum material autoral, o Falamansa retorna ao cenário com o disco Amigo velho. O álbum traz um resgate ao forró pé-de-serra, que sempre foi o ritmo da banda. Desta vez, a zabumba, o triângulo e a sanfona estão mais claros. A bateria foi extinta e as guitarras, substituídas pelos violões. ;O Brasil tenta se modernizar, sendo que o que está em alta no mundo inteiro é exatamente o contrário. Sem querer, a gente fez um disco atual;, afirma Tato, vocalista da banda, em entrevista ao Correio.
O fato de o grupo ter mantido o forró tradicional foi uma forma de continuar fiel às origens por um respeito cultural a um ritmo genuinamente brasileiro. Além disso, tanto Tato quanto os integrantes da banda reprovam as mudanças passadas pelo gênero nos últimos anos. ;A palavra forró criou várias vertentes. Hoje você pode caminhar para muitos lados. Tem aquele apelativo com letras sem conteúdo e que se você for ver nem tem uma batida de forró de verdade;, critica Tato.
Para evitar que precisassem fazer algo voltado ao que chamam de modismo, o Falamansa criou a própria produtora e decidiu que iria continuar honrando o forró. Tato também contou que a banda quer continuar passando mensagens positivas ao público, por isso adota atitudes sustentáveis como utilizar materiais reaproveitáveis nos cenários de shows.
Copa do Mundo
Na minha opinião, quando teve a Copa na África, o mundo devia ter protestado pois é um país com muita desigualdade. No Brasil, está despertando essa insatisfação da população. E u vejo isso muito bravo, quando a insatisfação vira um meio de conseguir direcionar uma mudança. Mas tenho medo de os manifestantes acabarem virando marionetes de politicagem, tenho receio de tudo isso não passar disso, que é o que o Brasil já está cheio. Se você me perguntar se o Brasil deveria sediar uma Copa, minha resposta é: ;Não, não era para estarmos sediando um Mundial;. Podia ser na Suíça. Mas isso tudo foi bom para despertar uma consciência no povo.
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