postado em 19/11/2013 08:33
Cornelius Gurlitt, o alemão que guardava uma coleção de 1.400 obras em um apartamento em Munique, diz que não entende por que tem despertado tanto interesse e afirma que não pretende abrir mão das peças confiscadas pelas autoridades alemãs. Gurlitt deu a primeira entrevista desde que a coleção foi descoberta, no início de novembro. O homem, de 81 anos, cardiopata grave e sociopata assumido, conversou com a revista Der Spiegel durante uma viagem de trem a Ausgburg, cidade na qual consulta um cardiologista regularmente.
[SAIBAMAIS]Cornelius contou que as pinturas são sua razão de viver e nunca ficou tão infeliz quanto no dia em que as obras foram levadas do apartamento. Nem mesmo quando a mãe e a irmã morreram. Ele também revelou que costumava conversar com os quadros e tomou para si a missão de protegê-los depois que o pai, o crítico, marchand e colecionador Hildebrand Cornelius, morreu, em 1956. ;Eu nunca tive algo a ver com a aquisição das pinturas, apenas com sua guarda;, disse. Durante anos, ele ajudou o pai a esconder a coleção e considera que, graças à iniciativa, as pinturas não caíram nas mãos de russos, americanos e nazistas.
Confisco dos nazistas
Hildebrand era marchand e crítico famoso quando foi encarregado pelos nazistas de vender ou se livrar de obras consideradas ;arte degenerada; e provenientes, em boa parte, de museus alemães. Segundo Cornelius, para evitar que as pinturas fossem queimadas, o crítico passou a guardá-las no apartamento da família. As autoridades alemãs acreditam que uma parte da coleção pode ter sido confiscada de famílias nazistas como uma espécie de pagamento para que escapassem. Nesse caso, os herdeiros teriam direito a reaver as obras. Entre elas, há pinturas de Pablo Picasso, Henri Matisse, Oto Dix e Max Liebermann.
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