postado em 20/10/2012 12:31
Sabe aquela rixa braba que, nos anos 1990, separava roqueiros e pagodeiros? Pois é. Em 2012, ela soa mais anacrônica do que nunca. Após a explosão do rock nacional, há três décadas, o ocaso do gênero coincidiu, nos anos seguintes, com a ascensão comercial dos grupos de pagode. O tempo passou e as vertentes não disputam mais espaço. Nessa levada, uma turma da cena musical independente inventou de gravar um tributo ao Raça Negra, um dois maiores fenômenos daqueles tempos. Jeito felindie está disponível para download no site Fita Bruta.
Para os que viveram a década de 1990, a sensação é de nostalgia. Os artistas que participam da empreitada, cuja faixa etária varia entre 25 e 35 anos, pertencem a essa geração. Tornaram-se adultos com as canções do Raça arquivadas na memória. Foi assim com o jornalista Jorge Wagner, que jogou no Twitter a ideia de produzir uma homenagem a eles e teve boa acolhida dos amigos Letícia Novaes, do Letuce; Manoel Magalhães, do Harmada; e Giancarlo Rufatto.
O projeto ganhou consistência com a entrada de outros nomes ; alguns pouco conhecidos do público e em suas primeiras gravações. ;Um foi indicando o outro. Foi mais por afinidade do que por visibilidade;, detalha Wagner. ;O pessoal que aceitou participar, mesmo que faça outro tipo de música, sabe reconhecer o valor das composições do Raça Negra;, esclarece. ;É um exercício de aproximação entre a sinceridade lírica e urbana do pagode com o que há de mais recente na música independente brasileira;, define Yuri de Castro, do site Fita Bruta.
