Agência France-Presse
postado em 12/02/2012 12:00
LOS ANGELES - Com um físico de modelo e uma voz potente e luminosa, a americana Whitney Houston, que morreu no sábado (12/02) em Beverly Hills, teve uma das carreiras mais brilhantes no mundo contemporâneo do pop, mas sua trajetória foi ofuscada por problemas com as drogas abundantemente retratados pela imprensa.Aos 48 anos, a estrela, vencedora de 26 American Music Awards e seis Grammy, tinha a seu lado números astronômicos para comprovar o sucesso.
Segundo o site oficial da cantora, Whitney venceu 170 milhões de discos em 25 anos e foi a primeira artista a emplacar sete singles consecutivos no topo das paradas, segundo a imprensa especializada.
Influenciada desde cedo pelas cantoras de gospel, da soul music e do rithm n; blues, Whitney Houston nasceu em 9 de agosto de 1963 em Newark (Nova Jersey). Prima da célebre cantora Dionne Warwick, ela integrou um coral, como a mãe Cissy Houston, durante a adolescência, acompanhando artistas como Chaka Khan e Lou Rawls.
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Depois de ter trabalhado como modelo e de ter feito algumas participações em sitcoms, em 1983, aos 20 anos, Houston assina o primeiro contrato com uma gravadora, a Arista.
Lançado em 1985, "Whitney Houston" preanunciava um segundo álbum, de título ainda mais sóbrio ("Whitney", 1987), e vários anos de sucesso.
Já estabelecida como ícone musical, incursionou pelo mundo do cinema como "O Guarda-Costas" (1992), ao lado de Kevin Costner. A trilha sonora do filme se tornou uma das mais vendidas do planeta, em parte graças à balada soul "I Will Always Love You", na que Houston demonstra o encanto de uma voz extraordinariamente ágil, potente e até explosiva, de grande fôlego e insolentes agudos.
Nos anos 1990, a cantora apareceu menos. Participou em algumas trilhas sonoras de filmes, mas deixou passar oito anos entre os álbuns "I;m Your Baby Tonight" (1990) e "My Love is your Love" (1998).
Nos anos 2000, a cantora passou a ocupar mais espaço nos tabloides sensacionalistas do que nas páginas de cultura. Vítima de um vício em drogas como cocaína e maconha, ela se submeteu a vários tratamentos de desintoxicação e chegou a afirmar que era sua "pior inimiga".
Em 2005, seu marido, Bobby Brown, preso diversas vezes por atos de violência, direção sob o efeito do álcool e consumo de drogas, se exibe em família durante um reality show na televisão. No ano seguinte, Houston pede o divórcio. Endividada, em 2007 é obrigada pela justiça a vender bens pessoais, como vestidos e instrumentos musicais.
Após anos de ostracismo artístico, durante os quais seu espaço foi ocupado por artistas mais jovens, como Mariah Carey em um primeiro momento e depois Beyoncé e Rihanna, em setembro de 2009 retorna com um novo álbum álbum, "I Look to You".
De maneira geral, o disco foi bem recebido pela crítica, apesar da voz menos potente da cantora.
"Posso resistir à dor, mas minhas vida não se limita a isto", canta Whitney Houston em "Nothin; But Love", single que deu nome a sua última turnê mundial, em 2010. As apresentações foram interrompidas pelos problemas de saúde da artista.