O Brasil gastou R$ 1,5 bilhão em 2015 apenas para tratar pessoas com doenças relacionadas à gestão inadequada de resíduos. E o dano ambiental é incalculável. Sem o devido tratamento, a decomposição dos resíduos contamina o solo e os lençóis subterrâneos de água. Há vazamento de chorume e produção de gases poluentes, facilitando a reprodução de insetos transmissores de doenças.
Leia mais notícias de Desafios Hídricos no Brasil
Em Brasília, por exemplo, os moradores produzem mais de 9 mil toneladas. A geração de lixo no Brasil aumentou 29% de 2003 a 2014, o equivalente a cinco vezes a taxa de crescimento populacional. A quantidade de resíduos com destinação adequada, no entanto, não acompanhou o crescimento da geração de lixo. No ano passado, só 58,4% do total foram direcionados a aterros sanitários.
Um exemplo da contaminação do lixo para a água não está longe. Na capital, substâncias tóxicas do chorume do lixão da Estrutural contaminaram aquíferos da área e córregos importantes. Seriam necessários investimentos massivos em ações que impeçam a continuidade de infiltração de chorume no solo, além de tratar o lixo que está na superfície. Mesmo assim, a recuperação demoraria décadas.