Ciência e Saúde

Geólogos descobrem túnel de animais extintos na região amazônica

Segundo pesquisadores a região existe há pelo menos 10 mil anos e tem no mínimo 100 metros de extensão

postado em 04/08/2015 09:16
Escavadores na bifurcação principal do túnel

A primeira toca de preguiças gigantes da região amazônica, extintas há milhares de anos na América do Sul, foi descoberta no último mês por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil. A caverna já era conhecida por moradores da região de Ponta do Abunã, em Rondônia, mas não havia sido classificada como paleotoca, ou seja, cavada por animais extintos.

[SAIBAMAIS]De acordo com o geólogo Amilcar Adamy, responsável pela descoberta, a paleotoca existe há pelo menos 10 mil anos e tem no mínimo 100 metros de extensão. A toca tem marcas de garra que indicam que foi escavada por espécies de grande porte. ;Não temos na fauna atual da região nenhum animal capaz desse tipo de escavação;, explica.

A primeira visita dos geólogos ao local foi em 2010. Segundo Adamy, desde o primeiro momento a estrutura da toca despertou o interesse dos pesquisadores pelo formato circular e semicircular de grandes dimensões, pelos numerosos túneis interligados e por conter uma extensão indefinida, mas faltavam informações para classificar a caverna. ;É possível ficar em pé lá dentro e circular livremente, somente em algumas partes é preciso se abaixar para passar;, destaca.



Após contato com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Estadual Paulista, responsáveis pelas descobertas de dezenas de paleotocas nas regiões Sul e Sudeste, a equipe técnica do Serviço Geológico voltou a campo em meados de julho para analisar o local. ;Com esse subsídio, pudemos fazer a constatação de que a caverna não era resultante de processos naturais ou da ação do homem;, disse Adamy.

Serão feitos estudos complementares na região para buscar novas tocas, além de detalhar a paleotoca descoberta e determinar sua extensão total. Também serão feitas escavações de pequeno porte em busca de evidencias fósseis dos antigos moradores do local.

A pesquisa na região faz parte do Projeto Geodiversidade de Rondônia, que busca identificar sítios geoturísticos que podem contribuir com o desenvolvimento econômico do estado ao favorecer o turismo em bases sustentáveis. Segundo Adamy, ainda não há previsão de data para a abertura da caverna à visitação.

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