Ciência e Saúde

Não imunizar os filhos contribui para o aumento do risco de doenças

Alguns grupos antivacina advogam que os processos de imunização podem resultar em doenças como o autismo e a esclerose múltipla

Márcia Maria Cruz/Estado de Minas
postado em 30/03/2015 05:48
Belo Horizonte ; O temor dos efeitos adversos da vacinação faz com que muitos pais não imunizem os filhos contra doenças, aumentando, assim, o risco de maior circulação de vírus responsáveis por milhares de mortes. Especialistas alertam que os mitos em torno da questão prejudicam a cobertura vacinal e, consequentemente, a imunidade coletiva. ;Advogar contra as vacinas é um desserviço à comunidade. Uma ação anticidadã que coloca em risco as pessoas e o bem-estar da coletividade;, alerta Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

A redução na cobertura vacinal resultou em surtos de sarampo recentes no país. Desde 2013, foram registrados 971 casos em nove estados brasileiros, mas o vírus não circulava no país havia 11 anos. ;A meta de erradicação foi atingida em 2002. Não podemos falar em erradicação porque o vírus circulava em outro países, mas não tínhamos mais casos;, diz Marilene Lucinda, especialista em vacinas do Grupo Hermes Pardini. Segundo ela, de tempos em tempos, surgem mitos que desencorajam as pessoas a se vacinar. Kfouri lembra que o surto em Pernambuco foi controlado no ano passado, mas ainda há o problema no Ceará.

Alguns grupos antivacina advogam que os processos de imunização podem resultar em doenças como o autismo e a esclerose múltipla. Foi o que ocorreu, na década de 1980, quando um médico inglês divulgou a informação de que a vacina contra o sarampo causava o autismo. ;O profissional já foi até banido da medicina, mas muita gente acreditou nessa informação, embora não haja qualquer comprovação científica;, pontuou Marilene.

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