Ciência e Saúde

Estudo desvenda a variabilidade genética de abelhas brasileiras

A descoberta é um grande passo ara evitar a extinção dos insetos

postado em 25/02/2015 06:05

Colônia de abelhas jandaíra: extrativismo descontrolado e desmatamento ameaçam a espécieChamadas no semiárido nordestino de ;rainhas do sertão;, as abelhas jandaíras (Melipona subnitida) produzem um mel conhecido pelas propriedades medicinais e que serve de complemento para a renda de pequenos criadores. Porém, o extrativismo sem controle dos meleiros, o desmatamento e o uso de agrotóxicos nas lavouras têm colocado em risco o reinado da espécie, ameaçada de extinção.

Buscando uma forma de conservar essas importantes polinizadoras, cientistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade de Dalhouse, no Canadá, se uniram para mapear a diversidade genética do inseto. O estudo, publicado recentemente no jornal científico Conservation Generitcs Resources, servirá de base para conhecer as populações e áreas que mais necessitam de atenção. A pesquisa, pioneira no zoneamento baseado no sequenciamento do genoma de uma espécie silvestre brasileira, é fundamental para conhecer a relação das jandaíras com outras existentes no Brasil e no mundo e, assim, abrir novos campos de pesquisa.

Existem cinco variedades de abelhas-sem-ferrão, como as jandaíras, na lista de animais em perigo de extinção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Responsáveis por 30% a 60% da polinização das plantas da caatinga, do Pantanal e de manchas da Mata Atlântica, elas também são o sustento para famílias que complementam a renda com comercialização do mel. ;O desaparecimento dessas espécies provocaria a extinção de plantas nativas e, consequentemente, de toda a cadeia alimentar e produtiva dependente delas;, explica Fabio Diniz, pesquisador da Embrapa Meio-Norte (PI), sobre a importância do trabalho.

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