Ciência e Saúde

Exercícios físicos retiram do corpo substância depressiva, indica pesquisa

Segundo estudo inédito da Suécia, a prática de atividades físicas faz com que o tecido muscular esquelético retire do sangue um composto que compromete as funções cerebrais

Bruna Sensêve
postado em 26/09/2014 09:21
A realização de exercícios regulares aumenta a concentração de KAT no corpo, enzima que impede a chegada de substâncias tóxicas no cérebro
Durante a atividade física, não é só o suor que ajuda o organismo a se livrar de substâncias ruins e tóxicas ao organismo, o tecido muscular esquelético exerce papel semelhante ; expurga a depressão. A liberação de hormônios proporcionada pela prática de esportes conhecidamente promove uma sensação de bem-estar e satisfação, mas o segredo da atividade física como forma de combate ao distúrbio psiquiátrico não se limita a isso. Uma série de alterações metabólicas acontece em cadeia, principalmente no tecido muscular esquelético, que consegue tirar do sangue uma substância que se acumula em situações de estresse e é altamente prejudicial ao cérebro.

A descoberta foi relatada na edição desta sexta-feira (26/9) da revista científica Cell por um grupo de pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia. Liderados por Leandro Agudelo, os cientistas chegaram a essa conclusão após experimentos com camundongos. Eles partiram do conhecimento de que, durante a prática de exercícios, a PGC-1alpha1 se acumula no tecido muscular esquelético. Essa proteína é mediadora do benefício do condicionamento muscular a partir da prática de atividades físicas. Com essa constatação em mente, produziram cobaias geneticamente modificadas para ter alto nível de PGC-1alpha1, simulando os resultados químicos de um organismo com músculos bem treinados.


Animais modificados e normais foram expostos a situações de estresse, como ruído alto, luzes piscando e inversão do ritmo circadiano (dia/noite) em intervalos irregulares. Após cinco semanas de estresse leve, os camundongos sem alteração genética desenvolveram comportamento depressivo. Os modificados, não. Ao analisar mais profundamente as alterações metabólicas nas cobaias, os pesquisadores descobriram que as com alta concentração da proteína também tinham índices mais elevados de enzimas KAT, responsáveis por converter a quinurenina, uma substância formada durante o estresse, em ácido quinurênico. Essa transformação é benéfica ao cérebro.

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