postado em 04/10/2013 09:28
;Dupla delícia, o livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.; A frase do escritor gaúcho Mário Quintana fala da sensação de companhia proporcionada pela leitura. Entretanto, as vantagens de um bom livro não param por aí, aponta um novo estudo publicado na edição de hoje da revista Science. Segundo a pesquisa, a literatura pode ajudar no relacionamento com outras pessoas, ajudando o leitor a interpretar melhor as emoções alheias. O trabalho aponta ainda que não é qualquer tipo de obra que provoca esse efeito. Segundo os experimentos conduzidos durante a investigação, os livros de leitura mais ;fácil;, que costumam integrar as listas de mais vendidos, não ajudam no aprimoramento da habilidade social.Emanuele Castano, professor associado do Departamento de Psicologia da New School for Social Research em Nova York e um dos autores do estudo, explica que o objetivo inicial do trabalho era tentar desvendar como funciona um conceito da psicologia denominado teoria da mente, a habilidade humana de inferir os pensamentos e as emoções de outras pessoas. ;Os seres humanos são claramente propensos a ter essa capacidade, mas argumentamos que ela também é afetada pelas práticas culturais;, diz o pesquisador. A partir da noção de que a prática pode aumentar a capacidade de interpretar o outro, Castano e seu colega David Kidd decidiram investigar o efeito dos livros sobre a teoria da mente. ;A leitura pode ser uma experiência poderosa. Nosso objetivo era expandir o que conhecemos sobre o efeitos dessa prática em nossas mentes;, completa Kidd.
Para isso, eles criaram um experimento em que voluntários leram diferentes tipos de texto, classificados como ficção literária, ficção popular e não ficção. As obras do primeiro grupo eram finalistas ou vencedoras da edição de 2012 do The PEN/O. Henry Prize, importante concurso de contos dos Estados Unidos. Os trabalhos de ficção populares foram retirados da lista de best-sellers do site de vendas Amazon, e os de não ficção eram artigos retirados da revista americana Smithsonian Magazine. Para realizar uma comparação mais abrangente, os pesquisadores também testaram voluntários que não leram nenhuma publicação.
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