postado em 01/09/2012 11:46
A região da Amazônia é famosa por suas chuvas fartas e distribuídas ao longo de todo o ano. Entender os mecanismos de precipitação em uma das áreas mais úmidas do mundo é um desafio para uma ampla gama de cientistas, desde climatologistas e meteorologistas até físicos, biólogos e químicos. Uma pesquisa feita com a participação de especialistas da Universidade de São Paulo (USP), publicada na edição de ontem da revista científica Science, mostrou que a região mantém uma verdadeira usina química de precipitações, que era até agora desconhecida.Segundo o estudo, minúsculos fragmentos de sais de potássio são excretados pelas plantas. Uma vez na atmosfera, esses aerossóis (partículas em suspensão no ar) ajudam a formar as abundantes nuvens de chuva que costumam cobrir a Bacia Amazônica. É a primeira vez que se comprova que a pluviosidade sofre a influência direta de corpos tão pequenos, medindo entre 20 e 30 nanômetros (um nanômetro equivalente a um milionésimo de milímetro). A descoberta amplia o papel atribuído às árvores na formação das chuvas. Além de atuarem como reservatórios de água, liberada pela transpiração das plantas, e efetuarem a limpeza do ar por meio da reciclagem de CO2, os vegetais atuam como semeadores de chuva, apontam os autores do estudo.