Às vezes, a falta de interação social e de habilidade para se comunicar com os outros vai além de um simples mau humor ou do fato de o indivíduo ser apenas pouco sociável. Realizar movimentos repetitivos também pode indicar algo mais do que o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Essas características podem estar ligadas ao autismo, doença que prejudica diversas áreas do desenvolvimento e atinge em média 0,6% da população mundial, sendo quatro vezes mais comum entre meninos. Embora ainda não exista cura para o transtorno do espectro do autismo (TEA), cientistas norte-americanos encontraram um modo de reduzir dois aspectos da doença: o comportamento repetitivo e a falta de sociabilidade. O composto GRN-529, ao ser aplicado no cérebro de cobaias, diminuiu ambas as características, o que pode ser de grande ajuda para indivíduos com o problema.
A equipe de cientistas, que desenvolveu os testes no Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, usou ratos modificados geneticamente ; de modo que ficassem com autismo ; para analisar se a intervenção com remédios seria eficaz no tratamento dos sintomas do transtorno. Eles injetaram o GRN-529 no organismo dos animais a fim de inibir o glutamato, substância química no cérebro que controla os comportamentos sociais e de repetição (veja infografia). ;O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório no cérebro dos mamíferos. Ele é liberado por um neurônio, passa pela sinapse, se liga aos receptores do neurônio seguinte e o ativa;, descreve Jacqueline N. Crawley, uma das autoras do trabalho apresentado hoje na revista científica Science Translational Medicine. ;Quem regula a ação da substância é o receptor mGluR5. O composto que utilizamos age exatamente sobre esse receptor, fazendo com que ele diminua a atividade do glutamato e, consequentemente, os sintomas do autismo;, explica.
sobre algumas das escalas existentes para avaliar se a pessoa apresenta Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).