Lucas Vidigal - Especial para o Correio
postado em 20/02/2018 14:59
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O farmacêutico João Paulo Gondim, 26 anos, tomou um susto enquanto fazia exercícios na manhã desta terça-feira (20/2). Ele encontrou uma cobra no Parque Águas Claras enquanto caminhava pela pista de asfalto. Pelas imagens, não dá para saber se o bicho, com cerca de 1m de comprimento, é ou não peçonhento ; ou seja, se inocula ou não veneno.
"Senti um pouco de medo e curiosidade, e cheguei bem perto. Só fotografei, avisei quem estava passando para ter cuidado e esperei ela entrar na mata de novo", relatou João Paulo. O vídeo que ele gravou mostra a cobra avançando, lentamente, em direção ao matagal.
Uma outra imagem publicada nas redes sociais na noite de segunda-feira (19/2) mostrou uma cobra-coral passeando pela pista de corrida. Como há duas espécies com o mesmo padrão de cor, é impossível saber, apenas pela fotografia, se o animal pode atacar.
O Parque Águas Claras fica em uma região de mata nativa. Até por isso, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) tem sede no local. "É comum encontrarmos cobras na mata do parque. Já capturamos até jiboias", comenta o major José Gabriel de Souza Júnior, responsável pela guarnição.
Sem motivo para pânico
Não é para o frequentador ficar assustado. Alguns cuidados evitam que o encontro com uma cobra no Parque Águas Claras se transforme em tragédia.
"Primeiro, a pessoa não deve, sob hipótese alguma, se aproximar do animal. Nem tentar encurralá-lo", avisa o major. Pela proximidade com o BPMA, o melhor a se fazer é telefonar diretamente no batalhão: 9-9351-5736. "Ao ligar, informe em qual local você a encontrou e em qual direção a cobra se deslocava", pede o policial.
O major também recomenda não tentar descobrir sozinho se a cobra é ou não peçonhenta. "No caso das cobras-coral, por exemplo, só dá para saber após a análise de algum especialista. Melhor mesmo nunca se aproximar", sugere Souza Júnior.
Explosão urbana leva os bichos para as cidades
O Cerrado Brasileiro abriga cerca de 100 espécies diferentes de cobras, como as encontradas no Parque Águas Claras. Com o avanço das cidades, encontros entre animais silvestres e seres-humanos vêm se tornando cada vez mais comum, principalmente na cidade dos arranha-céus do Distrito Federal.
No ano passado, um bombeiro precisou fazer exames para verificar se portava o protozoário da doença de Chagas após encontrar barbeiros infectados no apartamento em Águas Claras. O resultado deu negativo, mas o medo acendeu o alerta das autoridades para a .
Chamou atenção, neste ano, o aparecimento de um mesmo bicho-preguiça que tentou, por duas vezes, atravessar uma pista próxima ao Aeroporto. O animal chegou a interromper o trânsito por alguns minutos.
Também em 2018, uma moradora de São Sebastião encontrou um filhote de jacaré no quintal de casa em São Sebastião. O réptil não mordeu ninguém, mas, segundo o BPMA, poderia ter atacado tanto os humanos quanto outros animais domésticos que viviam na residência.