O aluno de doutorado em física da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos, foi assassinado na noite desta quinta-feira (7/12), na ciclovia da S1 (Eixo Monumental), em frente à Câmara Legislativa e a poucos metros do Palácio do Buriti. Ele voltava para casa, no Sudoeste, de bicicleta, como costumava fazer todos os dias, segundo contam amigos, que o descrevem como reservado e estudioso.
Segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), por volta de 20h30, Arlon foi vítima de esfaqueamento. Ele sofreu uma perfuração grave na axila esquerda e outras na mão e no braço. O estudante chegou a ser socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital de Base.
Arlon foi encontrado caído ao lado da pista ; já esfaqueado ; por policiais militares que estavam em três viaturas que se deslocavam para o ginásio Nilson Nelson, onde acontecia um show dos cantores Leonardo e Eduardo Costa. Um dos policiais que encontrou a vítima informou que avistou o estudante com os braços levantados, "como que se pedisse socorro". Inicialmente, os militares acreditaram que ele havia sido vítima de atropelamento. Um vídeo mostra o momento em que o doutorando chega à beira da via, acena para os motoristas e cai no chão, pouco antes de os PMs chegarem.
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Bicicleta roubada
Entre esse momento e a chegada da ambulância do Samu, passaram-se cerca de 10 minutos. Encaminhado ao Hospital de Base, Arlon chegou entrar no centro cirúrgico da unidade antes de morrer, às 21h40, em decorrência de um corte profundo que, provavelmente, atingiu uma artéria. A família do jovem, segundo a polícia, mora no Paraná. Por isso, nenhum parente compareceu ao hospital na noite do crime.
Apesar das buscas feitas pela PMDF, o suspeito não foi encontrado nem a bicicleta de Arlon. Na tarde de sexta--feira, uma faca foi achada nas proximidades do crime. Em nota, a Polícia Civil pediu para que o modelo e cor da bicicleta de Arlon fossem divulgados para ajudar nas buscas. Trata-se de uma Mountain Bike GT Avalanche Elite, laranja com cinza, que, custa mais de R$ 4 mil. O caso é investigado pela 5; Delegacia de Polícia. Trata-se do terceiro latrocínio no Plano Piloto este ano.
A Polícia Civil do Distrito Federal disponibiliza quatro meios para recebimento de denúncias: Denúncia On-line (www.pcdf.df.gov.br); o Disque-Denúncia 197, opção 0 (zero) (a ligação é gratuita); o e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br; e o WhatsApp (61) 98626-1197.
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Uma pessoa gentil e educada
Formado em física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Arlon fez mestrado e agora buscava o título de doutor ; na mesma área de formação ; pela UnB. Segundo amigos, ele era muito dedicado aos estudos e um entusiasta da bicileta como meio de transporte. Ele não tinha carro.
Proprietário da quitinete que o doutorando alugava por R$ 800 no Sudoeste, o aposentado Carlos Roberto Gonçalves de Oliveira, 64 anos, diz que admirava o jovem. "Ele era muito correto com as coisas, gentil e educado. Ontem mesmo, eu passei para ele a taxa do condomínio por e-mail, mas acho que nem chegou a ver", lamentou ao Correio na manhã desta sexta-feira (8/12).
Segundo Carlos Roberto, a vítima era natural da cidade de Rio Branco do Sul, no estado do Paraná. "Na época do aluguel, fiz uma pesquisa dele na internet e não achei nada que pudesse desaboná-lo. Pelo contrário", ressaltou.
A família de Arlon foi informada sobre a morte e um irmão da vítima .
Câmeras flagram momento da ação
As câmeras de de segurança instaladas na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) flagraram o momento da ação criminosa. Arlon é surpreendido enquanto estava pedalando e, ao cair no chão, é atacado a facadas. A Polícia Civil, no entanto, ainda não divulgou as imagens.