Jéssica Eufrásio*
postado em 29/09/2017 22:32
A Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) apreendeu, na tarde desta sexta-feira (29/9), mais dois veículos de luxo pertencentes a Weverton Marinho, suspeito de liderar o esquema de fraude com a moeda virtual conhecida como Kriptacoin. A coordenação da Polícia Civil encontrou os automóveis, uma Ferrari e um Porsche, avaliados em cerca de R$ 2 milhões, em uma concessionária de Goiânia.
Segundo o delegado-titular da Corf, Wisllei Salomão, a polícia ainda analisa os objetos apreendidos e registros de transações bancárias e fiscais dos envolvidos. Ele acrescenta que, até a manhã da última quarta-feira (27/9), 170 ocorrências haviam sido registradas em todo o Distrito Federal e, por isso, é possível que novas pessoas sejam indiciadas.
"As diligências para apreensão de bens continuam e seguimos ouvindo as pessoas. Algumas vítimas inclusive relataram ter trocado carros, como uma BMW, pela moeda virtual. A nossa recomendação é de que quem foi prejudicado continue registrando ocorrências nas delegacias das regiões onde moram", afirmou.
[SAIBAMAIS]Até agora, durante a Operação Patrick, a polícia apreendeu veículos, documentos, computadores e R$ 400 mil. Onze pessoas estão presas e duas, com identidade sob sigilo, seguem foragidas. Segundo a Polícia Civil, uma delas possui sete documentos de identificação falsificados obtidos fora do Distrito Federal.
Denúncia
Nesta quinta-feira (29/9), o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou a denúncia contra os 13 indiciados pela polícia, além de outras três pessoas. Há suspeitas de que uma seja um primo de Weverton Viana Marinho, considerado o líder do esquema, além de dois advogados da empresa Wall Street Corporate, responsável pela venda da moeda falsa Kriptacoin.
Até a última terça-feira (26/9), o escritório Todde Advogados & Consultores Associados representava a Wall Street. O sócio-fundador da empresa de advocacia, João Paulo Todde, informou que ainda não recebeu notificação oficial do MPDFT. Segundo ele, os sócios do escritório ainda não tiveram acesso à íntegra do processo e o documento foi devolvido pelo magistrado da 8; Vara Criminal de Brasília ao Ministério Público.
Durante as investigações, os advogados de defesa dos envolvidos no esquema foram apontados como suspeitos de colaborar na transferência de uma Lamborghini pertencente ao grupo. Além disso, Todde tentou comprar um jato dos clientes pelo valor de R$ 1,6 milhão, mas alegou ter desistido do negócio depois de não receber os documentos contratuais.