Quem costuma pechinchar descontos na hora do pagamento sabe que essa é uma prática comum no comércio e ganhou um incentivo com a permissão para que as empresas apliquem uma taxa ou reduzam os preços levando em conta a forma de pagamento. A mudança está em vigor graças a uma medida provisória, publicada no Diário Oficial da União no fim do ano passado, que permite aos comerciantes cobrarem preços diferentes dependendo do tipo de transação: à vista, em cheques ou com cartões de crédito e de débito.
A mudança faz parte de uma série de medidas anunciadas pelo governo federal com o objetivo de elevar a produtividade e de estimular a recuperação da economia do país. A justificativa é que a medida reduz os impostos cobrados pelas máquinas de cartão e, para o consumidor, regulariza uma prática comum do comércio e estimula a competição entre os diferentes meios de pagamento.
A esperança de quem compra é que os preços sejam reduzidos para quem paga à vista, seja no cartão ou em dinheiro. O músico Eustáquio Pereira, 71 anos, acredita que, se as taxas do cartão de crédito não subirem sem limites, o cliente deve ser beneficiado pelas mudanças. Ele se preocupa, no entanto, com a segurança das pessoas que optarem por andar com dinheiro no bolso. ;Vejo essa mudança como algo bom para quem consome. Eu mesmo geralmente compro no cartão, mas sempre prefiro no débito. As pessoas devem passar a andar mais com dinheiro. Mas aí a preocupação é com a segurança, pois dinheiro no bolso é um atrativo para os criminosos;, destaca.
O uso do cartão no comércio cresce a cada ano no Brasil, em todas as classes sociais, mas ainda está longe de superar o uso do dinheiro vivo no dia a dia dos brasileiros. De acordo com dados de um levantamento feito pela Kantar Worldpanel, 65% dos pagamentos em alimentação e higiene são feitos em cédula ou moeda. Em 2008, esse percentual alcançava 69%. Enquanto isso, entre 2008 e 2016, cresceu a participação dos cartões de crédito (de 12% para 15%) e de débito (de 5% para 8%) nas transações.
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