Otávio Augusto
postado em 09/12/2016 15:33
A Controladoria-Geral do DF estuda apurar, por meio de uma auditoria, as denúncias sobre uso de atestados falsos entre servidores da Secretaria de Saúde. O órgão garante que avaliará as evidências da fraude para propor soluções ao problema.
O trabalho deve ser incluído em um procedimento que investiga contratações da Secretaria de Saúde. "A finalidade é propor, àquela Secretaria, a solução para cada um dos problemas identificados", ressalta o órgão, em nota.
[SAIBAMAIS]A Corregedoria da Secretaria de Saúde também vai instaurar procedimentos correicionais, a pedido da Controladoria, para apurar eventuais infrações disciplinares cometidas. "Esses trabalhos serão acompanhados pela Corregedoria-Geral, que é uma unidade da Controladoria-Geral do Distrito Federal", completa o texto.
O alto índice de profissionais afastados do trabalho - o índice chegou a 53,7% em um ano e meio - causou estranhamento na Corregedoria da Secretaria de Saúde. Entre junho de 2015 e setembro passado, 2.578 dos 4,8 mil médicos da rede pública pediram afastamento do trabalho. Cerca de 40% das licenças, segundo a Corregedoria, são fraudulentas, como o Correio revelou com exclusividade na edição de quarta-feira (7).
Investigações
A fraude pode ter prejudicado o tratamento de pacientes na rede pública. Duas pessoas vieram a óbito num hospital onde estavam escalados pelo menos três médicos. Ninguém apareceu para trabalhar. O caso é investigado em sigilo pelo Ministério Público (MPDFT).
Os envolvidos podem ser penalizados por seis crimes: peculato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa.
As promotorias de Defesa da Saúde (Prosus) e de de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida) deflagraram, nesta quinta-feira (8/12), a Operação Trackcare, para monitorar a situação. Dois servidores foram levados para prestar depoimentos à Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decap).
Demissões no GDF
Entre agosto de 2015 e novembro de 2016, a Secretaria de Saúde enviou à Casa Civil 19 processos de demissões. Ao todo, foram sete médicos, quatro enfermeiros, três técnicos de enfermagem, entre outros profissionais. Desses, quatro foram demitidos pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), entre eles um médico e um enfermeiro.