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Seca no reservatório de Serra da Mesa devasta a economia local

A baixa tem afetado a agricultura e a pecuária, além da pesca e do turismo. Este ano, não houve a safrinha de milho. O gado não tem de onde tirar água para beber. Gestores esperam pela chuva, que não cai há 80 dias

Otávio Augusto - Enviado especial
postado em 18/09/2016 08:23

Uruaçu, Niquelândia e Minaçu (GO) ; O tempo que o reservatório vai levar para subir e as incertezas de chuvas dão o tom no discurso dos governos municipais. A estimativa mais otimista aponta que seria preciso até cinco anos para o reservatório de Serra da Mesa retornar ao nível de 2011. Atualmente, entram no aquífero 11 metros cúbicos de água por segundo e saem 620. A agricultura, a pecuária e os investimentos estão, a cada dia, mais afetados por causa da estiagem. Em Uruaçu, por exemplo, no ano passado, houve perda de 40% do que foi plantado, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Goiás (Emater-GO). Este ano, as lavouras sequer vingaram. Há mais de 80 dias não chove na região.

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Para minimizar o problema e arriscar um futuro menos árido, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Uruaçu promete cercar, recuperar e preservar 25 nascentes da região. Apesar do esforço, a pasta sequer conhece a situação do lençol freático da cidade. O governo não controla a quantidade de poços artesianos perfurados no município. ;Estamos fazendo o que está sob nosso controle, mas só a chuva pode sanar esse problema;, garante o titular da pasta, Thiago César Meireles.



[SAIBAMAIS]As vendas no comércio caíram cerca de 60%. O município, distante 185km de Brasília, acumula dezenas de lojas fechadas. Em uma única esquina do Jardim Atlântico, bairro de classe média, a reportagem contou cinco estabelecimentos fechados. Dois hotéis de grande porte também baixaram as portas. O pessimismo é tamanho que o discurso mais ouvido é o de abandonar a cidade. O cenário foi acentuado com a demissão de 1,5 mil trabalhadores de uma mineradora, em maio.

Há oito meses, o empresário Everson José Nunes, 54 anos, demitiu sete funcionários e desativou seu hotel, com 21 leitos. Com a queda de 90% no faturamento, ele não teve recursos para manter o estabelecimento, inaugurado há 15 anos. ;Nós temos potencial, mas a decadência está falando mais alto. É muito triste ver o que a cidade se tornou;, reclama. O local fica em frente à prefeitura do município.

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