O responsável por clonar o celular de Rodrigo Rollemberg (PSB), além da acusação por estelionato praticado contra o governador do Distrito Federal, responde a sete processos no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT). Jefferson Rodrigues Filho, 29 anos, também foi preso duas vezes em flagrantes pelos crimes de apropriação indébita, tentativa de extorsão, falsificação e uso de documentos falsos, além de furto qualificado. Por meio das trocas de mensagens com integrantes do primeiro escalão do Executivo local, o suspeito conseguiu ser nomeado duas vezes para ocupar cargos no governo. O crime ocorreu entre janeiro e fevereiro do ano passado, mas só agora veio à tona.
Durante dois meses, o acusado fez uso do número clonado do governador. De acordo com a denúncia encaminhada pelo Ministério Público, Jefferson conseguiu comprar um chip de celular vinculado à linha de Rollemberg. Na operadora, apresentou uma ocorrência policial falsa, informando sobre o extravio de um aparelho celular e, dessa forma, tomou posse do número. Com isso, o suspeito teve acesso a todas as conversas pessoais do chefe do Executivo. Depois, Jefferson passou a se comunicar com integrantes do governo para pedir emprego, indicar pessoas em cargo de confiança e até tentar um empréstimo de R$ 10 mil.
Passando-se pelo governador, trocou mensagens com o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade, e conseguiu que duas pessoas fossem nomeadas para ocupar cargos. Jefferson também marcou uma entrevista para si mesmo, com o objetivo de conseguir uma colocação na Secretaria de Ciência e Tecnologia. O chefe da pasta, Paulo Salles, recomendou-o para a Fundação de Apoio e Pesquisa (FAP). Ele acabou nomeado, mas foi exonerado em 11 de março do ano passado. Em 24 de agosto de 2015, assumiu um posto na Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab), mas acabou demitido por usar documentos falsos.
O caso foi descoberto quando Jefferson fez contato com o então chefe de gabinete de Rollemberg, Rômulo Neves. Na ocasião, pediu que R$ 10 mil fossem depositados em uma conta. Desconfiado, Neves conversou diretamente com o governador, que desmentiu o pedido. A Casa Militar foi acionada e logo descobriram o farsante. A Polícia Civil conduziu partes das investigações, o inquérito foi encaminhado pelo MPDFT à 8; Vara Criminal de Brasília, e o acusado, preso. Mas acabou solto. A última audiência ocorreu em 7 de julho.
Tentativa de extorsão
O Caso tomou maiores proporção depois que Jefferson procurou a presidente afastada da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), para apresentar possíveis conteúdos comprometedores de contatos do governador. Ele pediu dinheiro da deputada e também um cargo para a mulher. Diante da tentativa de extorsão, Celina denunciou o homem à Polícia Federal. O processo, porém, foi arquivado na corporação e encaminhado para o processo já existente no TJDFT.
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