;A minha filha chegou em casa desesperada, dizendo que um cara atirou para cima na porta da escola. Agora, ela não pode ouvir falar sobre isso. Não queria nem vir hoje;, conta a mãe de uma menina de 10 anos, aluna do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 4, em Ceilândia. Um dia depois de fechar os portões por medo do controle do tráfico, a instituição reabriu ontem. Na entrada, dois homens do Batalhão Escolar da PM faziam o policiamento durante o período de aulas. O medo da menina surgiu depois que um grupo de traficantes passou a vender drogas dentro do colégio e intimidar funcionários. Na semana passada, um jovem entrou a cavalo no local para ameaçar de morte, pela segunda vez, um servidor.
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[SAIBAMAIS]As passagens integram o registro de ocorrências do Batalhão Escolar no perímetro das escolas do DF e ao redor das instituições. Só este ano, os dados somam 156 casos ;; média de 1,1 por dia. Do total, 60 correspondem ao uso, porte e tráfico de entorpecentes e 5 ao porte de arma de fogo. O governo afirma que há ações a curto, médio e longo prazos para resolver o problema.
As estatísticas colocam no papel o receio sentido por pais, alunos e profissionais da área. No CEF 4 de Ceilândia, uma mãe, que preferiu não se identificar, diz que pensou em tirar a filha de 11 anos da instituição. ;Mas tenho medo de não conseguir vaga em outro lugar e ela perder o ano;, comenta. Em casa, a menina relata aos pais o uso de entorpecentes dentro do colégio e também comenta que alguns alunos ficam olhando para os materiais, as roupas e o tênis dos colegas. Para os infratores, não existe distinção de horário. Enquanto a reportagem esteve nas proximidades das instituições, por volta de 13h, um jovem fazia uso de entorpecentes na quadra ao lado.
O problema de segurança se repete em outras instituições de ensino da região. No Centro de Ensino Fundamental 33, alguns pais preferem acompanhar os filhos na chegada e na saída do colégio. ;Faço isso pela segurança dela e pela nossa tranquilidade. Não sabemos o que pode acontecer no trajeto até em casa. Já vi policiais fazendo vistoria em jovens aqui perto;, explica o bombeiro civil Marcelo José de Santana, 43 anos. Além da filha de 13 anos que estuda no CEF 33, Marcelo não poupa cuidados com o filho Josué, 7 anos, que estuda no CEF 47. ;Mas tenho mais medo aqui (CEF 33) do que lá, porque os alunos são mais velhos;, comenta.
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