Cidades

Clientes de bar na 201 Norte protestam contra o fechamento do local

Balaio Café foi fechado por causa de constantes reclamações de barulho durante as noites

postado em 06/05/2015 22:49

Show em protesto ao fechamento do Balaio Café na 202 Norte

Em Brasília, há quem proteste com panelas. Existe, também, os que preferem bater palmas. Frequentadores do Balaio Café se reúnem, na noite desta quarta-feira (6/5), na Praça dos Prazeres, na 201 Norte, ao lado do estabelecimento, em um ato de resistência pelo fechamento da casa, na última quinta-feira (30/4), por conta de reclamações da vizinhança contra o barulho durante as noites.



De acordo com a dona do Balaio, a empresária, Jul Pagul, é a terceira vez, em nove anos, que o lugar é fechado. Ela alega que a interdição é fruto de preconceito contra a casa."Atribuem a nós (do Balaio) uma fama que ele não tem. Somos uma casa que oferece cultura. Aqui, funciona um Cineclube, abrimos as portas para grupos de capoeira, oferecemos uma biblioteca e temos um espaço para exposições". Ela disse que não tem nada a ver com a organização do evento na praça, mas é a favor dele. ;Apoio, claro. Estamos cansados de ser violentados;.

Embaixo de uma tenda de circo, a manifestação com calibre de festa ocorre de maneira pacífica, sem a presença da polícia nem de órgãos fiscalizadores. Hoje, ocorre o tradicional Forró dos Prazeres,com a banda Chinelo de Couro. ;Isso acontece toda quarta-feira. Sentimos falta do evento. Resolvemos, nós, criar uma comemoração e mostrar que o que fazemos é apenas nos divertir;, explicou uma mulher que não quis se identificar.

A organização vende bebidas alcoólicas no local para arrecadar fundos para suprir um acumulado de multas que chega a R$ 33 mil. Muita gente, no entanto, levou as próprias garrafas de vinho e suas latinhas de cerveja. Ambulantes estão trabalhando nos arredores. Além disso, homens estão passando chapéus de palha para tentar conseguir doações.

Lei do Silêncio
Não foi a primeira vez que o Balaio foi interditado por descumprir a Lei do Silêncio. De acordo com a produtora cultural Fernanda Pacini, 32 anos, ativista do movimento Quem Desligou o Som, existe muita injustiça na capital, quando o assunto é barulho. ; A Lei do Silêncio só multa quem ela quer. As pessoas fazem a medição dos ruídos de qualquer lugar, e isso é errado. Deveriam fazer isso dentro da casa das pessoas que reclamam, para ver se o som, de fato, chega até elas;, garantiu.

O Ibram permite ruídos de até 55 decibéis em estabelecimentos comerciais do Plano Piloto, durante o dia, e 50 decibéis, à noite. Até o fechamento desta matéria, haviam cerca de 150 pessoas na praça, e, o bar, continuava fechado.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação