postado em 27/03/2015 10:27
A história de Ceilândia mostra que a união dos moradores é o que faz a cidade crescer e alcançar os próprios objetivos. Com os movimentos culturais não é diferente. O Grupo Atitude é uma das instituições à frente de um movimento que busca unir o trabalho de 40 organizações de cultura e artesanato da região. Eles caminham, inclusive, para a criação de um banco de economia solidária exclusivo para cultura, que tem como meta financiar o trabalho de cada parceiro.
Desde a criação, em 1998, o objetivo do Grupo Atitude foi promover melhorias para a comunidade, principalmente entre os jovens, por meio de ações de formação que envolvem arte e cultura. Ao longo dessa trajetória, no entanto, eles identificaram a fragilidade das organizações culturais da cidade. ;Percebemos que os movimentos culturais fazem com que o jovem tenha uma cultura de paz e uma vida mais saudável, mas que, em geral, estavam fragilizados;, explica Sérgio de Cássio, 36 anos, um dos coordenadores do Atitude.
A partir dessa constatação, eles começaram a pensar em maneiras de desenvolver a economia da cultura local. Os avanços nos últimos anos incluem as parcerias com a Secretaria de Economia Criativa, do Ministério da Cultura; com a Secretaria Nacional de Economia Solidária, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego; com a Universidade de Brasília (UnB); e com o Espaço Multiplicidade, por meio dos projetos Ações Integradas e BSB Criativa.
A intenção do grupo é ajudar Ceilândia a alcançar todo o potencial que ela tem. ;Eu faço tudo isso porque acredito que a nossa cidade merece ser tudo. Às vezes, o conceito aqui é de que, para melhorar de vida, eu tenho que ir embora. Mas eu quero uma vida melhor e coisas melhores aqui;, relata Sérgio Luiz de Souza, 32 anos, o outro coordenador do Atitude.
Os demais participantes do movimento dividem a mesma vontade de ver a cidade se desenvolver. ;Ceilândia é o meu lar, é onde nasci e onde fui criado. Acho que a ideia é você não ter que sair daqui para ter uma vida legal;, relata Luan Henrique Silva, 26 anos, integrante do Movimento Caligrafia Mardita, que promove saraus todas as terças-feiras.
A alegria e o sorriso no rosto de cada morador são o aspecto mais marcante da cidade para Sidney Sampaio, 31 anos, coordenador do grupo Moverments, projeto social que trabalha com a cultura hip-hop em oficinas. ;Ceilândia é simplesmente nosso reduto, sinônimo de resistência;, resume.