Isa Stacciarini
postado em 17/03/2015 17:37
Um homem de 21 anos fugiu da cadeia na madrugada desta terça-feira (17/3). Segundo informações de agentes penitenciários, o detento Danilo Silva Souza fez um buraco na parede, serrou a cela e conseguiu escapar. Ele dividida o espaço com outros presos no Centro de Internamento e Reeducação (CIR) da Papuda e, embora estivesse no regime semiaberto, não podia deixar o complexo penitenciário, pois não tinha recebido proposta de emprego. Caso aparecesse alguma oferta, ele seria transferido para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) e trabalharia durante o dia, voltando à noite para dormir.Danilo foi preso em 6 de março de 2013, dois dias após ser condenado a oito anos de prisão por um homicídio cometido em Taguatinga. Ele só deu entrada no CIR, porém, em 9 de dezembro de 2014. Além do assassinato já sentenciado, o homem é acusado de tentar matar outras duas pessoas, também em Taguatinga, mas o julgamento ainda não aconteceu.
O diretor da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe), João Carlos Lóssio, explicou que uma ocorrência da fuga foi registrada na 30; Delegacia de Polícia (São Sebastião). Segundo ele, a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus) aguarda o relatório do diretor do presídio para instaurar um procedimento apuratório sobre a fuga. ;Equipes de recaptura estão nas ruas para localizá-lo nas próximas horas ou dias;, esclareceu. Segundo o delegado, ao ser localizado, o preso pode sofrer trangressão disciplinar e retornar para o regime fechado. "É a primeira fuga da Papuda no ano", frisou.
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Segundo o secretário geral do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal (Sindpen-DF), Wesley Barros, existem, hoje, 14 mil presos para 7,5 mil vagas. ;A lotação é quase o dobro. O número de agentes penitenciários chega a 1,3 mil, sendo que seriam necessários mais 2 mil profissionais além dos que existem hoje. Atualmente só conseguimos fornecer segurança às pessoas e ao patrimônio. Diante dessa realidade, não há como possibilitar o serviço de reintegração do preso no meio social, como prega a política;, ressaltou.
Segundo Barros, em alguns complexos penitenciários havia 12 salas de aula, mas hoje existem apenas seis. ;Com baixo efetivo só conseguimos priorizar a segurança e mesmo assim as fugas ainda acontecem, porque a partir do momento em que há uma quantidade muito grande de presos, a carga de serviço também aumenta, e não se consegue fiscalizar todos eles", explicou. "Uma cela que tinha de haver 10 detentos hoje tem 20;, denunciou.