Os brasilienses que dependem do transporte público voltam a enfrentar transtornos nesta manhã de sexta-feira (6/3) com a paralisação de duas empresas de ônibus: Marechal e Pioneira. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, os trabalhadores reclamam novamente o atraso no pagamento dos salários, que deveria ter sido realizado nessa quinta-feira (6/2). A interrupção do serviço deixa mais de 1, 1 mil ônibus sem circular e afeta ao menos 500 mil usuários do transporte em 13 regiões do Distrito Federal.
A paralisação interrompe o transporte público em São Sebastião, Itapoã, Paranoá, Varjão, Park Way, Gama, Santa Maria, Ceilândia, Águas Claras, Vicente Pires, Taguatinga, Samambaia e Recanto das Emas. Além da falta do vencimento do mês, os funcionários da Pioneira também afirmam não terem recebido o pagamento do tíquete-alimentação.
Sem ônibus e BRT, alguns passageiros de Santa Maria vão para a BR-040 na tentativa de embarcar em alguma linha que sai do Entorno do DF. A parada de maior movimento é a do lado da estação Santos Dumont. Porém, os coletivos passam lotados e muitos esperam por mais de 40 min até conseguir entrar em algum ônibus.
O fiscal de loja Jorge Ferreira, 27 anos, reclamou que a população não foi avisada com antecedência do movimento. ;Não dá para se programar. É um absurdo essa situação do transporte público. Sempre estão fazendo alguma paralisação;, disse. Para chegar até a parada na BR-040, o fiscal precisou andar por meia.
O sindicato informa que o motivo do atraso nos pagamentos seria novamente por falta de repasse do governo, que ainda enfrenta dificuldades para equilibrar as contas do DF. O DFTrans, no entanto ressaltou que todas as empresas, inclusive a Marechal e a Pioneira estão recebendo em dia os repasses. O valor depositado é igual para cada uma delas.
A Marechal afirmou, em nota, que recebeu o repasse ontem no fim do dia, fora do horário bancário e, por isso, não conseguiu fechar a folha de pagamento a tempo. Ressaltou como ;abusiva; a paralisação dos trabalhadores. A Pioneira disse que chegou a receber o repasse do governo, mas que o valor não foi suficiente para quitar a folha de pagamento dos funcionários. A empresa reitera que é a maior em operação no DF e que ainda é responsável pelo sistema BRt, que circula ainda com gratuidade. A Pioneira aguarda um novo repasse do governo para que possa cumprir com os pagamentos dos trabalhadores.
Segundo o sindicato, não será feita nenhuma assembleia. A previsão é de que os rodoviários permaneçam parados até que comprovem o pagamento dos salários.