Flávia Maia
postado em 23/10/2014 06:12
Miti Morita, 25 anos, empresária" />
Para uma ideia ter valor, é preciso tirar a proposta do papel e transformá-la em uma empresa subordinada às regras de mercado. Isso aparece como um dos principais obstáculos dos empreendedores criativos. Executá-la significa amadurecê-la em um plano de negócios e torná-la viável a ponto de se tornar uma empresa competitiva. ;Hoje, existe uma abundância de ideias. Por isso, temos que colocar ênfase na execução;, afirma Newton Campos, professor de empreendedorismo da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Depois que o pensamento inovador toma forma de projeto, os desafios para quem pretende empreender nesse segmento não param de surgir. Desde terça-feira, o Correio retrata histórias, motivações e dificuldades de empreendedores criativos na série ;O valor das ideias;. São trajetórias como a da empresária Miti Morita, 25 anos. Ela conhece bem os tortuosos caminhos entre planejar uma companhia com produto criativo e transformá-la em negócio formal. Miti é designer de sapatos e, na gestão da empresa Miti Shoes, resolveu aplicar a cautela.
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A começar pela formação. Miti escolheu cursar desenho industrial em Minas Gerais, mesmo tendo nascido e crescido em Brasília. Ela acreditava que a proximidade com as fábricas era essencial para a carreira escolhida. ;A minha ideia era conhecer as indústrias, entender como funciona. Sem saber, essa escolha foi importante. Hoje, eu vejo que a experiência conta muito na minha empresa;, comenta.
Miti também preferiu testar o mercado antes de consolidar a empresa. Expôs a produção nas redes sociais para analisar a aceitação. Passou dois anos vendendo na internet e em feiras. No início do ano, sentiu-se segura para dar um passo a mais na Miti Shoes: criou a loja física. ;Sapato é um bem muito sensorial. Percebi que, nas feiras, saía melhor do que na internet. Por isso, resolvi abrir a loja com uma sócia. Brasília tem um mercado muito propenso para os produtos autorais;, avalia.
Problemas como a papelada e a tributação são queixas comuns entre firmas brasileiras de todos os portes. Inclusive no segmento de economia criativa. ;O que a gente assiste no Brasil é à burocracia contribuindo para a mortalidade das empresas;, comenta Newton Campos, da FGV. Uma tentativa de desburocratização foi a criação e a modificação, neste ano, do Simples Nacional, que unifica impostos e diminui a carga tributária. Isso ajuda os empreendimentos menores, com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões.
Porém, para o advogado especialista em direito tributário Jacques Veloso, embora o Brasil tenha avançado em relação à simplificação tributária, o processo precisa ser mais ágil para acompanhar a velocidade dos empresários, em especial os da economia criativa. ;Essas pessoas pensam muito rápido, querem fazer as coisas logo. A burocracia e os impostos freiam esses profissionais. Muitos pensam em desistir;, afirma.
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