Adriana Bernardes
postado em 02/04/2014 06:02
;Aqui é assim: toda vez que agimos para organizar e disciplinar, alguém diz: ;Um já morreu;. Eu me pergunto: será que vai ser sempre assim no CED Carlos Mota?;
[SAIBAMAIS] O desabafo é de uma funcionária da direção do centro educacional do Lago Oeste. A história do colégio está marcada pelo assassinato do então diretor, Carlos Ramos Mota, há seis anos. Dois estudantes e um ex-aluno participaram da execução do mestre. Em Ceilândia, a ameaça foi a um porteiro, que ouviu de um jovem que ele acordaria ;com a boca cheia de formiga.; O autor das fortes palavras nem era matriculado, mas fumava maconha e portava uma arma de fogo no pátio do colégio. A série ;O bê-á-bá da violência; revela essas e outras histórias sobre a rotina de medo vivida por funcionários das instituições de ensino do Distrito Federal.
Uma bala no peito calou o homem apaixonado pela educação, pai de três filhos e casado com a servidora pública Rita de Cássia Mota. Carlos Ramos Mota, 43 anos, morreu pelas mãos de dois estudantes da escola ; Alessandro José de Souza e Carlos do Nascimento ; e por Benedito Alexandre do Nascimento, ex-aluno e responsável por apertar o gatilho. O mentor do crime, segundo o Ministério Público, é Gilson de Oliveira, traficante da região que foi impedido por Mota de comercializar entorpecentes dentro da instituição de ensino. Gilson tem conseguido protelar o julgamento, agora marcado para 28 de maio. Benedito e Carlos cumprem pena de 18 anos de reclusão. Alessandro foi condenado a 16 anos de prisão.
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