Cidades

"Somos todas Cláudias": protesto contra racismo reúne 200 pessoas

Cerca de 200 pessoas se mobilizaram para chamar a atenção para a morte da auxiliar de serviços gerais Claudia da Silva Ferreira no Rio de Janeiro

postado em 25/03/2014 19:00
Mulheres e homens ocupam escadas da Rodoviária do Plano Piloto para chamar a atenção para questões raciais e o crime no Rio de Janeiro
Em um ato político em solidariedade à morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, cerca de 200 pessoas se reúnem na marcha "Somos todas Cláudias" na Rodoviária do Plano Piloto nesta terça-feira (25/3). Claudia foi baleada e arrastada em uma viatura por policiais no último domingo (16/3), no Rio de Janeiro.

O grupo está em frente à escada rolante da rodoviária. Alguns passageiros que precisam embarcar na rodoviária enfrentam dificuldades para acessar a plataforma.

O movimento saiu da Praça Zumbi dos Palmares, no Conic (Setor de Diversão Sul). As duas vias que ligam o Conic à rodoviária ficaram bloqueadas por alguns minutos. A organizadora do evento, Cris Pereira, disse que o ato serve para homenagear Cláudia, que morreu de "forma truculenta".

Em solidariedade, grupo se reuniu na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic

Os manifestantes cantaram músicas em homenagem à vítima e distribuem fotos dela. Mulheres vestem camisas com a mensagem: "sou negra, em caso de emergência não deixe a polícia "socorrer". Mais tarde gritavam "sem hipocrisia, essa polícia mata negro todo dia".


A produtora executiva Gabriela Fernandes, 27 anos, referiu-se à repercurssão da morte de Cláudia como "um fato que ganhou magnitude justamente porque alguém filmou, mas existem outros casos em que as pessoas morrem e ninguém sabe, o Brasil tem que abrir os olhos para isso".

[SAIBAMAIS]Crime bárbaro
A auxiliar de serviços gerais levou dois tiros de fuzil durante uma operação policial no Morro da Congonha, em Madureira, Zona Norte do Rio. Segundo testemunhas, ela ainda estava viva quando foi socorrida por policiais militares e levada ao hospital. No trajeto, o porta-malas do camburão se abriu e Cláudia, pendurada pela roupa, foi arrastada no asfalto por, pelo menos, 350 metros.
(Com informaões de Daniela Garcia)

Assista à reportagem da TV Brasília

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