Cidades

Reajuste para policiais militares e bombeiros exige cortes em outras áreas

Governo local remaneja verba do Fundo Constitucional a fim de conceder aumentos nos auxílios moradia e alimentação recebidos por policiais militares e bombeiros

postado em 20/02/2014 06:04

Militares fizeram a segurança do Palácio do Planalto durante manifestação do MST na semana passada: praças ainda reclamam que o reajuste nos benefícios acarretou diferenças maiores em relação aos salários dos oficiais

O reajuste concedido aos PMs e bombeiros custará aos cofres públicos R$ 93 milhões em 2014. O valor é referente às despesas com os auxílios moradia e alimentação, que serão de R$ 60 milhões e R$ 33 milhões, respectivamente. O recurso para a concessão dos benefícios sairá do Fundo Constitucional, em uma operação que também afeta as contas do GDF. O acerto entre o governo e a PM não agradou totalmente à tropa, principalmente os praças. Eles entendem que a definição criou um abismo ainda maior nos salários dos oficiais e dos militares de baixa patente. Além disso, outra crise ameaça a segurança pública da capital. Policiais Civis participam de uma assembleia na próxima semana para exigir do GDF o mesmo incentivo financeiro dado aos colegas da PM.

[SAIBAMAIS] Com os benefícios, o impacto nos próximos dois anos será ainda maior. Estão previstos o empenho de R$ 299 milhões em 2015 e R$ 504 milhões em 2016. Apesar disso, a secretária adjunta de Planejamento, Jackeline Domingues de Aguiar, disse que o aumento nos contracheques não vai onerar o Fundo Constitucional. Ela explica que o GDF, com recursos do próprio Tesouro, vai assegurar os gastos com educação e saúde. ;Faremos um remanejamento de verba do Fundo. Naturalmente, teremos de apertar em outra área, cortar alguns gastos, mas nada disso vai gerar impacto negativo significativo;, explicou Jackeline.


Na análise do professor de administração pública da UnB José Matias-Pereira, a operação promovida pelo governo local para atender parte dos anseios dos militares pode ter sido perigosa. ;É temerário conceder qualquer tipo de aumento sem ter fonte de recurso, seja do Tesouro, seja do Fundo Constitucional. Tirar de uma área e colocar em outra pode ser uma estratégia para apenas empurrar o problema. No fim das contas, alguma área sairá prejudicada;, destacou.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação