postado em 03/01/2014 06:01
O acidente com o menino de 3 anos que foi sugado pelo ralo de uma piscina em Caldas Novas (GO), na manhã da última quarta-feira, é investigado como um crime. A Polícia Civil do município goiano instaurou um inquérito, ontem, e apura responsabilidades no caso, que expõe os perigos para meninos e meninas principalmente neste período de férias escolares. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) indica que afogamentos são a segunda causa de morte de crianças de 1 a 9 anos no Brasil. Perdem apenas para acidentes de trânsito. E um dado amplia o alerta aos pais: 53% dos óbitos por afogamento são em piscinas.
O período de férias concentra mais da metade dos casos de mortes de crianças por afogamento, ainda segundo a associação. Apesar das estatísticas preocupantes, não há uma legislação federal que estabeleça as medidas de segurança em piscinas de uso coletivo. Estão em tramitação no Congresso Nacional pelo menos três projetos de lei que regulamentam o assunto. Em Caldas Novas, um dos principais destinos dos brasilienses nos dias de folga, há mais um agravante: muitos prédios com piscinas e atrações aquáticas são registrados como residenciais e não como clubes ou hotéis. Assim, escapam da fiscalização do Corpo de Bombeiros.
Até o fechamento desta edição, o menino Cauã Davi de Jesus Santos continuava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Helena, na Asa Norte. Os parentes não permitiram que a equipe médica fornecesse mais informações sobre o estado dele, mas Cauã foi transportado de helicóptero para Brasília, onde a família reside, em estado gravíssimo, segundo o Corpo de Bombeiros de Goiás. O garoto estava com a avó quando teve o braço direito sugado pelo ralo que alimenta a cascata da piscina.
As circunstâncias do acidente são apuradas pela Delegacia de Polícia de Caldas Novas. De acordo com o delegado titular, Alexandre Câmara, o acidente é investigado como lesão corporal culposa, cuja pena é de até um ano de prisão. ;Queremos entender como se deu o fato. Com quem a criança estava, como ela entrou na piscina, qual era a situação do ralo;, explicou o policial.
Os depoimentos de familiares, testemunhas e representantes da administração do prédio devem ser colhidos hoje. Ainda de acordo com o delegado, a piscina está fechada para perícia e as equipes médicas que atenderam a criança vão enviar informações detalhadas sobre as lesões físicas sofridas pelo menino.
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