Um ginecologista da rede pública de saúde foi condenado a seis anos e seis meses de prisão suspeito de ter abusado de duas pacientes no Centro de Saúde de São Sebastião. Os atos de violência sexual contra as mulheres ; uma delas adolescente e grávida de cinco meses ; teriam ocorrido num intervalo de sete meses, entre julho de 2009 e fevereiro de 2010. De acordo com as vítimas, o médico Lauro Estevão Vaz Curvo tocou-as de forma ;maliciosa; durante exames. Ainda cabe recurso.
Em um dos procedimentos, ele se recusou a usar luvas para fazer o toque. Na denúncia, a paciente grávida disse que Lauro prometeu conseguir um amigo para fazer o parto cesáreo dela, com a condição de que a moça aceitasse fazer um programa com ele. Na mesma ocasião, o profissional teria elogiado as partes íntimas da jovem. À outra paciente, o médico dirigiu palavras obscenas enquanto a avaliava. As duas mulheres denunciaram Lauro Estevão à direção da unidade de saúde, que encaminhou o caso à Secretaria de Saúde.
As denúncias chegaram à Promotoria de Justiça de Defesa dos Usuários de Serviços de Saúde (Pró-Vida), que iniciou as investigações. Durante as oitivas com as vítimas e as testemunhas, os promotores entenderam haver elementos para pedir o indiciamento do ginecologista.
Demissão
A situação de Lauro Estevão Curvo é delicada inclusive na esfera administrativa. O corregedor-geral da Secretaria de Saúde do DF, Maurício de Melo Passos, estuda a denúncia, e a primeira providência foi afastá-lo da atividade. Ele estima que, até o fim de julho, tenha condições de dar um parecer sobre o caso. Embora a condenação na Justiça não interfira no julgamento do processo administrativo, Maurício de Melo frisa que levará em consideração a manifestação do juiz na hora de decidir quais sanções serão aplicadas.
O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Iran Augusto Cardoso informou que uma sindicância foi aberta, mas o resultado dela ainda carece de alguns procedimentos formais. De acordo com ele, a denúncia é extremamente grave e fere o código ético dos médicos. Se no âmbito administrativo ficar comprovado o abuso, o ginecologista pode ter o registro cassado.
A reportagem do Correio ligou para os telefones celular e do escritório do advogado de Lauro Estevão, mas ninguém atendeu as ligações.
Veja a reportagem da TV Brasília
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