postado em 28/11/2012 07:31
O Conselho Regional de Medicina (CRM) abriu sindicância para identificar os profissionais acusados de substituir médicos auxiliares por técnicos em enfermagem durante cirurgias. Caso a prática ilegal se confirme, os especialistas poderão ter o registro cassado. A denúncia veio à tona em uma reportagem publicada pelo Correio na edição de ontem. Há prontuários, relatórios e vídeos que comprovam o recorrente uso de mão de obra despreparada em pelo menos cinco hospitais particulares do Distrito Federal.Para o presidente do CRM, Iran Augusto Cardoso, punir aqueles que adotam esse tipo de expediente é necessário para evitar mortes nos centros cirúrgicos. Segundo ele, identificar aqueles que infringem a lei será o primeiro passo para tornar o ambiente hospitalar mais seguro. ;O nosso Código de Ética proíbe ao médico transferir a responsabilidade de assistir uma pessoa para alguém não habilitado a prestar assistência correta. É algo inaceitável. Vamos chamar algumas testemunhas para que denunciem, mesmo anonimamente, os médicos que adotam esse procedimento;, afirmou Iran.
Normas
A Resolução n; 280 de 2003 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em seu artigo primeiro, proíbe qualquer profissional de enfermagem de exercer a função de auxiliar de cirurgia. Tal atividade deve ser desempenhada exclusivamente por outro médico. Já a resolução n; 1.493, do Conselho Federal de Medicina (CFM), determina que a unidade de saúde tome as providências para que todo paciente hospitalizado tenha seu médico assistente responsável, desde a internação até a alta.