postado em 27/11/2012 06:03
Hospitais privados do Distrito Federal estão sendo acusados de substituirem médicos auxiliares por técnicos em enfermagem durante a realização de cirurgias. A prática é denunciada por dezenas de funcionários das maiores unidades de saúde da capital. Pelas normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), cada procedimento deve ter a participação de, no mínimo, dois cirurgiões, mas há indícios de que muitos especialistas têm ignorado as regras com a conivência dos gestores dos estabelecimentos.O Correio teve acesso a prontuários e vídeos que revelam a ausência de médicos auxiliares em centros cirúrgicos. Em uma das imagens, supostamente gravadas no Hospital Anchieta, em Taguatinga, um médico determina quais os comandos uma mulher deve executar. Ela só tem o curso de técnico e sua única função deveria ser abastecê-lo com instrumentos, como bisturis e pinças.
Sem a presença do médico auxiliar na sala, fica a cargo de um profissional sem preparo dar segurança e estabilidade ao paciente, além de separar órgãos e posicionar tecidos. Há ainda suspeita de falsificação de documentos para omitir a fraude nos hospitais. Segundo o Sindicato dos Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate), ao preencher o formulário em que o médico detalha o que ocorreu na cirurgia, o nome de um segundo cirurgião sempre é inserido, justamente para esconder a irregularidade.