Em continuidade à Operação Hofini, que resultou na prisão do ex-distrital Júnior Brunelli (sem partido) durante nove dias, policiais civis da Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco) cumpriram nesta segunda-feira (18/6) mandados de busca e apreensão em três regiões do Distrito Federal. Os policiais recolheram documentos e computadores que teriam sido escondidos após a prisão de Brunelli.
Além dos quatro homens já indiciados pela Deco no mês passado, três mulheres responderão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e formação de quadrilha. O grupo é suspeito de, sob o comando de Brunelli, ter usado a Associação Monte das Oliveiras (AMO) para desviar pelo menos R$ 1,7 milhão em verbas públicas, em 2009.
[SAIBAMAIS]De acordo com o delegado Henry Peres, chefe da Deco, nove dias após ser deflagrada a Operação Hofini, duas mulheres esconderam documentos e computadores com informações que supostamente comprometem o ex-deputado. Os objetos teriam sido levados para a sede do seminário da Igreja Tabernáculo do Evangelho de Jesus (Itej), no Recanto das Emas. O local é um dos alvos da polícia nesta manhã. Os agentes também realizam buscas na Colônia Agrícola Samambaia e em Taguatinga Sul, onde moram uma mulher e um pastor ligados a Brunelli.
Os investigadores pretendem recolher provas que reforcem a denúncia de que a AMO teria sido criada apenas para práticas criminosas. Em 2009, Júnior Brunelli, então deputado, fez emendas parlamentares que beneficiaram a instituição. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e Transparência de Renda (Sedest) liberou R$ 1,7 milhão para a realização de quatro projetos sociais voltados a idosos na associação instalada nos fundos da Catedral da Bênção, igreja comandada pelo pai de Brunelli. O dinheiro, no entanto, nunca teria sido utilizado para o fim destinado, segundo a Deco. A polícia acusa o grupo de falsificar notas e fazer a lavagem do dinheiro para justificar os gastos da AMO.
Em 25 de maio, os agentes da Deco prenderam o assessor Adilson de Oliveira, 46 anos, o contador Carlos Antônio Carneiro, 41, e o empresário Spartacus Savite, 39. Brunelli ficou foragido durante dois dias, até se apresentar na 5; Delegacia de Polícia (Área Central de Brasília) acompanhado de advogados. Ele ficou preso por nove dias. Os policias garantem ainda que mais três mulheres ligadas ao ex-deputado e que tinham cargos na AMO participavam do esquema. Elas foram indiciadas pelos mesmos crimes dos quatro, e responderão em liberdade. Se condenados, os indiciados podem pegar até 30 anos de prisão.
Confira reportagem da Tv Brasília:
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