Nos lugarejos mais distantes de Planaltina de Goiás, os veículos escolares chegam a passar por mais de 10 mata-burros e três pontes, além de dois trechos de estada de terra tomada pela erosão e cercada por desfiladeiros. Mas nada tira mais o sono dos estudantes e seus pais do que uma ponte de madeira sobre o Rio Cocal, a cerca de 1km da sede do núcleo rural Córrego Rico. Por ela, cruza o ônibus lotado que leva e traz os alunos das duas escolas públicas da região, no distrito de São Gabriel. Três anos atrás, um caminhão pesado caiu com a ponte. A prefeitura refez a travessia, mas usando também madeira, já solta e podre. Quando chove e o volume do rio aumenta, os estudantes preferem descer do veículo e atravessar a ponte a pé, antes do coletivo.
Bruno Diego Amado Gonçalves, 13 anos, é um dos estudantes que acordam cedo, ainda de madrugada, para pegar o transporte público até a escola. Ele não esconde o medo de passar pela ponte. ;A gente (os passageiros) reza quando o ônibus vai atravessar a ponte. Muitas vezes pedimos o motorista para parar e deixar a gente descer para passar a pé;, conta o menino. Ele mora a quase 60km da escola. Precisa fazer baldeação na ida e na volta ao colégio. Pega uma van que o deixa com vizinhos na sede Córrego, onde o ônibus é abastecido por estudantes moradores de vários povoados da região.
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