postado em 04/03/2012 08:19
Feito com o lixo da cocaína, o crack surgiu no Brasil no fim dos anos 1980. Bem mais agressivo e muito mais barato que o pó, era uma droga consumida basicamente por homens jovens e pobres na periferia de grandes cidades. Com pouco mais de duas décadas, há registros do consumo da pedra em todos os estados. Tornou-se popular entre pobres e ricos. Em 2010, o Ministério da Saúde estimou serem 600 mil usuários. Desses, um terço são mulheres. No Distrito Federal, não há estudo de quantas são as dependentes, mas o consumo abafado entre as quatro paredes pela classe média e escancarado entre os pobres, muitos moradores de rua, evidencia que elas já estão fortemente inseridas nessa calamidade pública.É uma mulher quem lidera uma das maiores bocas de fumo no DF. Em 42 anos de vida, Mãe Negona, como é conhecida em Ceilândia Norte, teve 14 filhos. Muitos deles criados no convívio da droga. Avó de dois netos recém-nascidos, ela tornou-se uma referência vazia que atravessa gerações nesse ambiente sem perspectivas. Já não sabe dar conta de seus meninos e meninas, que se espalharam pelo mundo. Aqueles que ficaram, sofrem a influência do meio em que vivem. São moradores de rua e usuários de droga.
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