Cidades

Manifestantes e índios agridem homem e derrubam cerca de obra no Noroeste

postado em 05/11/2011 19:19
Manifestantes, acompanhado por índios da tribo Fulni-ô Tapuia, teriam agredido um segurança com pancadas nas costas. Eles também derrubaram as cercas da obra de uma construtor

O clima ficou tenso mais uma vez no Setor Noroeste. Por volta das 16h deste sábado, um grupo de manifestantes, acompanhado por índios da tribo Fulni-ô Tapuia teria agredido um segurança com pancadas nas costas. Eles também derrubaram as cercas da obra de uma construtora. O vigilante, identificado como Bruno Leonardo, foi levado para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e sofreu apenas ferimentos superficiais.

A agressão teria ocorrido após o homem ter impedido os manifestantes de invadirem a área. De acordo com outros vigilantes, um grupo com cerca de 200 pessoas foi até o canteiro de obras onde ficam as máquinas das construtoras. Eles arrancaram a cerca de arame farpado, toldos e derrubaram a caixa d;água. A Polícia Militar não estava no local e chegou somente após a agressão, segundo o advogado da empresa Construtora Brasal.

Os manifestantes montaram um acampamento no local no início da noite. A Polícia Militar ficará de prontidão para garantir a segurança e evitar novos conflitos.

Briga na Justiça
Na sexta-feira (4/11), índios que habitam a região apresentaram uma decisão judicial da última semana e paralisaram o trabalho em duas das três obras da região, considerada por eles um santuário indígena. No entanto, as construtoras conseguiram, no último dia 21, a liberação da área para a construção dos prédios. Os índios também alegam que apenas a construtora Emplavi tem essa autorização.

Por meio de nota, a Brasal Incorporações divulgou que está "no exercício regular e legítimo do seu direito de propriedade", já que a área de posse da empresa "não se localiza e não está abrangido pela delimitação da área de 4,1815 hectares determinada pelo Tribunal Regional Federal da primeira região" aos indígenas.

Laudo
A área ocupada por indígenas no setor Noroeste, bairro de Brasília que atualmente encontra-se em construção, não é considerada como terra tradicional indígena pela Fundação Nacional do Índio (Funai). ;A Funai não considera a área como terra tradicional indígena. O laudo apresentado pelo antropólogo Jorge Eremites não se sustenta, e a maioria das pessoas que vivem no local, ainda que há muito tempo, sequer são lideranças indígenas;, disse o indigenista da Funai Mário Moura.

Com informações de Mara Puljiz.

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