postado em 17/08/2011 08:18
Os embates entre os indígenas que vivem na região onde é construído o Setor Noroeste e a Companhia Imobiliária do Distrito Federal (Terracap) estão longe do fim. Membros da autarquia estiveram no Santuário dos Pajés na manhã de ontem com máquinas e operários para dar início à demarcação de terrenos destinados às construtoras. Os índios tentaram conter o funcionamento dos tratores, mas parte da área já havia sido desmatada. A Polícia Militar do DF esteve no local, mas não houve conflitos.A liminar que impedia a Terracap de realizar qualquer obra na área foi derrubada pela 2; Vara da Justiça Federal no DF na semana passada. O Ministério Público Federal no DF ajuizou uma ação civil pública, em novembro de 2009, para garantir a permanência dos índios até a conclusão de um relatório sobre a ocupação da terra. Por meio da assessoria de imprensa, o MPF informou que vai ingressar com um agravo de instrumento, ou seja, um recurso para impedir a ação da companhia na região, onde a comunidade Fulni-ô Tapuia vive desde a década de 1970. O Tribunal Regional Federal da 1; Região (TRF) deverá analisar o caso.
De acordo com o advogado da comunidade, Ariel Foina, não há nenhum documento que desautorize a ocupação da área. ;A Terracap não pode invadir o lugar ocupado por outras pessoas;, disse. Ele adiantou que entrará com uma medida cautelar na Justiça para denunciar intenção do GDF e pedir uma proteção judicial para o Santuário dos Pajés. O GDF informou, por meio da assessoria de imprensa, que os trabalhos da Terracap devem ser retomados ainda hoje.